Marcelo Callado: Caduco (2019)

Marcelo Callado: Caduco (2019)

Lançado no fim de junho deste ano, o novo disco de sua carreira, seguindo as publicações pela Rockit Digital, traz um Marcelo Callado com estilo mais desenvolvido. A primeira música, “Só Por Hoje”, que inusitada cresce do piano pra guitarra numa linda evolução, quebra a abstinência dos ouvintes pela lírica do que vem no mantra dos Anônimos (sejam os Alcoólatras ou Narcóticos). Ótimo som! Ganhou clipe bacana também (abaixo).

O estilo de Marcelo Callado continua ali, firme e forte, lutador fantástico da realidade! Para ser assim no Brasil, tem que se desdobrar e fazer das tripas um coração. Aparentemente, Callado caduca se reinventando, mas se explora e dá a cara a tapa em canções autorais, como em “Meu Feito’:

“Construindo sem efeitos, vou mostrando os meus defeitos

A vontade e do meu jeito, de perto ninguém é perfeito.”

Em “Corais Laranjas”, temos uma balada de amor em tempos distópicos, nas palavras do compositor, esta é uma música profética que coube muito neste desgoverno que está aí no poder. Além da referência – das Laranjas ele cita o Bozo, que talvez fosse voltar (essa é uma música feita em conjunto com Gustavo Benjão no ano de 2014!). A faixa também tem clipe, confira.

“Demode” é uma faixa que chama atenção porque lembra os bons raivosos temas dos Titãs. Ao ouvir, imagino gostosamente alguém quebrando um ukelele de forma furiosa. Já a faixa que termina o disco “Contrafluxos” entra pro gosto da brisa progressiva dando asas às palavras sussurradas do fluxo contínuo do pensamento de Callado.
O maracanazo se repetiu, o Bozo voltou.Só espero muito que resolvamos os conflitos da humanidade brasileira sem que role a guerra nuclear.

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Adon, paulistano, músico, psicólogo, educador e colador de tirinhas de jornal, discute temas como o comportamento contemporâneo, com algumas ideias utópicas e outras distópicas. Acredita ser quente mesmo usar o computador como uma espécie de exocórtex e no futuro a decoreba será extinta, já que teremos todas as informações à mão, ou no olho, como quiser. E isso sim é revolução, evolução, enfim..."

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