Entrevista: Cícero

Entrevista: Cícero

Bom, você já sabe as respostas. Bjo/tchau.” (risos)

Fato. Como fazer uma entrevista quando você viu tudo tão de perto? Entre uma queda da ligação e um problema técnico no gravador, tentei trazer o melhor que pude para vocês.

Ele já tocava há anos e tinha uma banda chamada Alice. Cicero é advogado por fomração, músico por natureza. Mas foi em 2011 que veio o susto, como ele mesmo define. “O Canções de Apartamento foi um susto, tudo aquilo que aconteceu”. De repente, aquelas dez faixas despretenciosas e gravadas dentro de casa passavam a tocar em todos os lugares. Os blogs de música amavam o carioca que aparecia como nva leva da música brasileira, misturando suas ditorções a Caê.

Foi uma loucura. Uma confusão. Ele saía da praia para ganhar o cinza paulistano. 2012 foi um ano incansável – shows sold out por todo o país, nova prensagem do disco, Paulisnho Moska, Maria Gadú, Marcelo Camelo. Noites viradas, dias dormidos. “Sábado foi o bode. O disco e o trabalho foram ótimos, mas tive que aprender a lidar com coisas novas que eu não estava preparado”, lembra.

E foi mesmo. Por romper com a estética do álbum anterior, a crítica não teve dó. E ficu tudo meio azul. Mas, em “A Praia”, “o dia alaranjou”. “Já saíram textos em Portugal, México, Argentina, Espanha, alguns blogs… Eu tenho gostado muito do que leio. As pessoas que gostavam do meu trabalho antes acabam mantendo, mas quem não gostava acho que vai largar do meu pé. Estou me divertindo nos ensaios, os shows vão ser divertidos. Aos poucos, as pessoas estão clareando a imagem que têm de mim. Vivemos numa época de polêmicas e isso sem´pre vai ter, mas estou fazendo tudo com mais leveza”. E, Cicero, você também está mais leve…

E se saiu da praia para ganhar o concreto, “A Praia” é o casamento perfeito entre as duas coisas que parecem não se querem muito. Um equilibrio delicado entre as melodias que transformaram o Canções no sucesso que foi, como em “De Passagem” e “Terminal Alvorada”, e os arranjos mais eletrônicos que Sábado trouxe. E já abre o trabalho encerrando o álbum anterior, com “Frevo Por Acaso Nº2”. “Eu vou sem culpa…”.

“Nunca dei bola para praia ou mar. Indo tantas vezes para São Paulo, acabei entendendo o que a praia faz na vida das pessoas, que acabam buscando outras soluções quando há falta dela. Quis transportar isso para o disco, como diz uma das letras ‘um pouco de paz para levar’. Fiz isso com as letras e até com a capa, que traz uma praia que pode ser qualquer uma, em qualquer lugar. As letras eu fiz em São Paulo e as músicas, no Rio”, completa.

“A Praia” é isso. Um Cicero novo, leve e feliz. Mas que mantém suas convicções – seus discos SEMPRE estarão para download gratuito em seu site, não importa o que aconteça ou quantas plataformas apareçam; sua banda será a mesma da última turnê, cheia de bons amigos e o braço direito Bruno Schulz (também produtor do disco).

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Carol Tavares é jornalista. Passou pela MTV, pela Bandeirantes e a hiperatividade levou seu caminho a cruzar felizmente com o Jardim Elétrico e criar a produtora Jazz House. Apaixonada por música, pelo amor, por Alberto Caeiro e por seu acampamento no Jalapão.