Gramofox: Amor ou Dinheiro?

Gramofox: Amor ou Dinheiro?

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Não se tem dúvida de que música é arte, assim como de que arte é mais bonita se feita com amor. A questão acerca disso é: até que ponto?

Coisas “grátis” atraem o público por dois motivos: o ser humano não gosta de gastar em algo que não possa ter a certeza de que vai gostar e esse mesmo ser humano não gosta de gastar seu dinheiro com o que não considera “necessário”. Não posso culpar ninguém por isso, afinal, a música só alimenta a alma, né?

Não cobrar pela sua música pode (e vai) atrair mais pessoas para o seu frênesi, mas, para isso, você precisa fazê-la apenas pelo amor pela arte, obviamente. “Ei, espera aí! Então quem cobra pela sua arte é apenas mais um mercenário na indústria musical?” Não. Explico: se a banda ganha algum dinheiro, pode usá-lo para pagar um happy hour como comemoração, comprar novos equipamentos, largar o estágio e se dedicar mais à música ou até largar faculdade/escola/emprego integral para isso. Dinheiro é importante, assim como o amor.

Existem pessoas que procuram a música apenas como “dinheiro e fama fáceis”? Existem, mas isso é algo difícil de mensurar. Letras mais poéticas podem significar apenas melhor instrução, melodias podem surgir na sorte ou excesso de paciência, álbuns podem surgir por momentos de tédio.

Você pode estar bancando a vida fácil de um mercenário ou dando esperanças a um amante da arte. Talvez isso não seja importante para o “cliente”, mas tira noites de sono de muitos artistas. Acho que por ter esperanças com o segundo grupo (o dos amantes da arte), ainda compro CDs e utilizo o Spotify.

Existe um receio geral em gastar dinheiro com música por, como eu disse acima, não ser algo que alimenta o físico da pessoa (diretamente), mas vamos lá! Comprar um CD que você ama, pagar 10 reais para ir a uma festa que a banda do seu amigo vai tocar ou pagar um plano para ouvir músicas não torna você um “torrador de dinheiro” ou o artista em questão um cigalheiro. Música é arte, arte é amor, dinheiro também pode ser amor (ou o chopp para a banda no fim da noite).

Esse sentimento de novo (ou pequeno) artista sobre sua música contra uma indústria gigantesca me faz lembrar uma parte específica de uma música: “Started as lovers don’t know where it’s gonna end…”

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Estuda música desde os 13 anos, desenvolve pesquisa na área da música independente , produtor de bandas de diversos estilos e compositor de trilhas sonoras.