Exclusivo: Luciano Freitas

Exclusivo: Luciano Freitas

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Muita coisa pode acontecer quando se decide aproveitar 15 dias de pausa na roda-viva da vida para gravar, mixar e masterizar um EP.

O tempo se expande, revive-se a paz, o eu se descondensa e nele grita a memória da pele. Na sensibilidade somos tudo.

Em seu estúdio agora caseiro, transformado em “Colônia de Férias”, Luciano Freitas foi a introspecção de Chuva non grata, o rock n’ roll de O delírio e a aventura de compor um blues, na metalinguística Branco Blues.

Foi a palavra de Leminski, “Tudo dança hospedado numa casa em mudança”, temperando a saudosa e setentista Eis que surgem as crianças (com a participação do trombonista Roberto Dalmo), o arranjo delicado feito para Brigas Nunca Mais e a leveza da voz de sua afilhada de 11 anos, Isabelle Moura, em Charles is crying, nada mais que uma lição de inglês posta em canção.

Mensagens e formas que narram exatamente o silêncio e a informalidade do aqui-agora.

Passado um ano do lançamento de “Y”, Luciano mantém o mesmo desapego e inventividade que dão ao seu trabalho certo ar da graça. Tudo apenas acontece, vem, e os instrumentos, a voz que pouco dá as caras, os arranjos e a coexistência de caminhos e gêneros sem teias aparentes trazem à tona a música como manifestação primária.

“Colônia de Férias” é esse acaso ou descuido que brota bruto, e assim sendo, se nutre e regurgita o belo.

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Estuda música desde os 13 anos, desenvolve pesquisa na área da música independente , produtor de bandas de diversos estilos e compositor de trilhas sonoras.