O Som Nosso de Cada Dia – Snegs 1974

O Som Nosso de Cada Dia – Snegs  1974

Nascido como Cabala em 1970, a banda O Som Nosso de Cada Dia fez um disco essencial para a música brasileira, em especial, o progressivo. O disco Snegs é, sem dúvida, o Dark side brasileiro. E isso, carx leitorx, entenderá agora…

A banda mudou o nome em 74, e por conta de corria e dificuldades, o disco foi gravado em apenas uma semana. O que para qualquer músico é um sinal de tragédia, para estes mestres foi suficiente para entrar pra história.

Entre seus integrantes, o mitológico Manito,  oriundo d’Os Incríveis.  Pedro Baldanza (Pedrinho) e Pedro Batera (Pedrão) fizeram maravilhas em Snegs. Os sintetizadores, teclados e pianos, além dos violinos, saxes e flautas foram gravados por Manito. Ele deixou apenas de gravar as baterias e os baixos do disco.

O disco foi gravado em 73, pela Continental. Infelizmente apenas na versão em Cd tem a música “O Guarani”. O curioso é que após o lançamento deste, a banda começou a chamar a atenção de muita gente, sendo convidada para abrir os shows de Alice Cooper em SP e RJ.

Vamos ao disco?

Com 37 minutos de pura fritação (o cd tem 44 minutos por conta da faixa extra), o disco abre com “Sinal da Paranoia”. Música excelente, um tanto filosófica existencialista.

“A tortura à procura da essência

O barulho aterroriza, tranca, lacra o peito…”

Um coro lindo vai entrando conforme vem o refrão. Vale ouvir no máximo.

Seguindo, vem um rock bem setentão, om “Bicho do Mato”.  Quem gosta de natureza e vive em cidade grande ou metrópole vai se identificar com a letra desta música. Um lance de comparação, de amor e ódio das grandes cidades, dos barulhos estranhos…

O disco segue com a balada doida “O Som Nosso de Cada Dia”, tendo um sotaque bacana no cantar. Logo após, vem à música que dá nome ao disco,”Snegs de Biuffrais”. “Só sei que eu quero, beber a vida num gole só”… Que poesia.

“Massavilha” é aquela música louca, com um sintetizador e um teclado tomando conta no destaque do som. Mas é em “Direccion de Aquarius” que o disco dá aquela quebrada magnífica.

O disco (LP) fecha com “A Outra Face”, fazendo de conta…apenas conta. Mas no relançamento, este em CD, o disco fecha com a linda instrumental “O Guarani”.

gumaPara acompanhar este disco, tive que escolher uma cerveja que vem lá da terra de nossos invasores. Os patrícios fizeram uma cerveja de cogumelo, com 5,5% de teor alcoólico e ótimo sabor.

Uma cerveja bem leve, porém com um amargor marcante ao engolir seu conteúdo. A Gumelo, de Portugal, traz esta novidade (aqui no Brasil, ao menos)para combinar perfeitamente com um disco chamado Snegs (cogumelos). Bem vindo ao time da fritação.

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Pedro Cindio - Jornalista narigudo, músico frustrado e apaixonado por música, tenho um toc de só escutar discos completos. Cervejetariano e feio, mas meu humor salva a aparência.

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