Olhos e olhares de César Lacerda

César Lacerda é um sujeito barbudo, de voz agradável e suave que causa um efeito arrebatador em quem tem a sorte de ser atingido por seu som. É aquela melodia que se instala, mesmo sem aprender letra alguma. César faz música para grudar. Prova disso é o belíssimo trabalho em seu último videoclipe, “Olhos”. A faixa, presente no álbum Paralelos & Infinitos, de 2015 tem direção, edição e concepção de Alexandre Hugo.

Prédios e luzes se sobrepõem à imagem do cantor. César aparece com o rosto pela metade e sobre a pele, as janelas de prédios sobrem seu rosto. Do começo até o final da música, paisagens urbanas se entrelaçam à sua figura. Poderia ser a fria São Paulo, a inclinada Belo Horizonte, qualquer capital e todas elas passam por ele. Enquanto isso, a letra vem.

Ele pergunta “qual a cidade roubou seu amor”, e nesse clima sonoro – da noite – calçadas e ruas são palco e inspiração de sua música. Ritmo leve, certeiro para qualquer fim de madrugada. “Olhos” é hino de novos boêmios, de amores recentes e curáveis, dos tragos sob a  luz dos postes e lâmpadas de bares. É música de quem sente e – olha – a janela de dentro.

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Mariana é de gêmeos, capixaba e jornalista, não necessariamente nessa ordem. Está em dúvida se gosta mais de ler ou de escrever. Espero que nunca descubra.