Resenha: Fabíola Carvalho | Loucura e Ternura

Cada canção de Loucura e Ternura, de Fabiola Carvalho, descreve perfeitamente uma ou várias mulheres, em diversas situações e momentos. Ode a nós em diferentes fases, que já passamos por muita coisa e continuamos em pé, seguindo, guardando no corpo as cicatrizes que relembram dos erros, os machucados dos tombos que levamos.

Mas continuamos seguindo em frente. Sempre.
É assim na vida. É assim nesse disco.

Em nossa fase romântica, do começo do relacionamento, a swingada Por do Sol é a trilha perfeita e tem trechos da melodia da incrível Samba de Verão, do mestre Caetano Veloso.

Quando relembramos daquelas paixões arrebatadoras de uma noite só,em que o toque dava choque e a pele atraía como ímã, a narração é de Noite Mais Bela e de Sol; em Não Nego e Águas de Amor, as histórias nos levam àquele romance que deixou saudade.

Nos momentos de imposição, de ser forte, saber o que quer e aonde quer chegar, o samba Mulher de Atitude faz a dança percorrer o corpo e concordar com cada sílaba da canção. E nos momentos de dar um chega pra lá nos sentimentos de baixo astral, o blues Solidão Nunca Mais dá o tom.

Quem nunca se interessou pela pessoa mais cobiçada do recinto, que atire a primeira pedra! Que situação! E tem prazer maior em conseguir seduzir o ser-humano mo-nu-men-tal que todas estavam de olho? Em O que é isso?,Fabíola diz o que todas queriam gritar: “Ai, se um dia eu te pego, você não vai mais querer me largar… Nem eu!”

São sentimentos sinceros, poetizados e cantados pela voz doce de Fabiola. Para as mulheres, lembranças – boas ou ruins- , conselhos e boas risadas. Para os homens, é uma das várias maneiras de compreender esse pequeno universo que é a nossa cabeça.

De mulher pra mulher.