Resenha: Luiza Lian

Resenha: Luiza Lian

Eu queria ter autonomia”, disse Luiza em uma entrevista há alguns meses, sobre o porquê de querer seguir a carreira solo. De fato, Luiza mostra que veio para tomar conta do seu lugar comandar o seu caminho. A cantora, nascida em Trancoso (BA), não se coloca em uma posição comum quanto ao mundo independente de São Paulo. Ela se destaca pelo conjunto que traz em seu primeiro disco solo, lançado pelo selo Risco, famoso por abranger uma diversidade musical. Do jazz ao psicodélico, Luiza explora um caminho muito pouco considerado na cena, mas que tem um resultado bom.

Além de Blubell, ainda não tinha visto alguém se aventurar em algo parecido. Apesar do disco de Luiza oscilar entre diversos estilos, o que pode soar um tanto bagunçado. Mas ela vai até os terreiros – como frisa – e vai também ao lounge de bares requintados, é nessa oscilação que ela consegue equilibrar o seu trabalho, já que não há exageros.

Luiza vai de melodias lentas a algo mais rápido, sem cansar o ouvinte. O disco traz canções pulsantes, carregadas e progressivas – como “Chororô”, que abre os trabalhos -, mas também busca a calmaria do violão em, como em “A Luz da Vela”. Com tantas referências, não há como definir fielmente a cantora. Não há uma limitação para ela, esse trabalho mostra que há muito ainda o que se esperar dela.

Luiza consegue o que muitas cantoras atuais tentam fazer, mas não conseguem. Acredito que sem querer, mas o faz: ela consegue se acomodar em tipo de denominação que dão a cantoras que esbanjam ousadia, personalidade e qualidade: “diva”. Ela usa a voz das mais variadas formas, sem reprimir-se, e consegue alcançar tons mais altos incomodar, o que é difícil de se encontrar na cena. É, com certeza, alguém para se ficar de olho.

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De São Paulo, apaixonada por cultura, arte e comportamento humano. Movida a música.

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