Artigo: Saudoso Dorival

Artigo: Saudoso Dorival

Se estivesse vivo, Dorival Caymmi completaria, no último dia 30, 100 anos. No entanto, diferentemente do poeta, escritor e músico baiano, sua obra permanece imortal. O patriarca de uma família musicalmente reconhecida tem todo o mérito de receber homenagens (que começaram há um ano) em diversas cidades brasileiras.

Não é por menos: o autor de Maracangalha, Marina, Dora e outras músicas marcantes que rolaram por vitrolas em todos os cantos do país, mesmo tendo nascido na Bahia, viveu a maior parte da vida na cidade do Rio de Janeiro. Inspirações adquiridas em Copacabana, sua morada eleita, não faltaram. No entanto, mesmo tendo trocado a Bahia pelo Rio de Janeiro, a cidade natal também comandaram suas canções.

Afinal, um de seus principais parceiros de vida – o escritor Jorge Amado, era baiano não só nato mas muito orgulhoso de sua terra. Seus sambas e canções praieiras sempre transpareceram a Bahia mítica e mágica, assim como a obra de seu amigo. O mais curioso é que os dois só se conheceram na capital carioca, como contou o mestre em uma entrevista concedida à Rádio Nacional, em 1999.

Nana, Dori e Danilo Caymmi herdaram o talento inconfundível do pai. É certo que sua obra não foi tão numerosa: pouco mais de 100 músicas para as cinco décadas de produção e isso, em comparação a outros artistas, não é muito. Mas o que vale não é a quantidade e, sem dúvida, a qualidade da produção.

Entretanto, não são somente os filhos os seguidores de Caymmi: sua neta, Alice, ocupa as cadeiras musicais do avó com muito profissionalismo, sutileza e, certamente, com a herança do gene de mestre. Além de músico, Caymmi desenhava brilhantemente desde a infância. Sua paixão era retratada por meio de pinturas abstratas e figurativas.

A festa não acaba

Em um ano de homenagens merecidas, o próximo grande evento em comemoração ao centenário de Caymmi é o concerto sinfônico, realizado para o próximo dia 24, a partir das 20h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

O evento terá a Orquestra Petrobras Sinfônica e o pianista André Mehmari para acompanhar a cantora Rosa Passos, que subirá ao palco para interpretar clássicos do compositor.

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Estuda música desde os 13 anos, desenvolve pesquisa na área da música independente , produtor de bandas de diversos estilos e compositor de trilhas sonoras.

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