3 PERGUNTAS PARA: RUBIA DIVINO

3 PERGUNTAS PARA: RUBIA DIVINO

A cantora, compositora e produtora RUBIA DIVINO exalta em seus trabalhos, as vidas negras e a força da sua ancestralidade feminina. Com arranjos leves e versos duros, as canções sempre sensíveis, são uma síntese das emoções e vivências da artista.

Seu último projeto, a série “EM NEGRITO”, lançada em abril, é um delicado registro onde RUBIA,  se entrega interpretando músicas sobre culturas e crenças presentes nas raízes brasileiras, poesia da forma mais pura de ouvir.

Conversei com Rubia, pra saber mais sobre sua descoberta como cantora, os “corres” como artista/produtora  preta, e como andam os projetos diante desse período de pandemia:

1. Rubia, conta sobre sua carreia, quando se descobriu cantora?

Bom, eu me descobri como artista á 12 anos e desde então estou nesse furacão que é a arte e suas cores. A música sempre foi algo muito cultivado dentro de casa pelo meu pai. Sou grata as essas influências que alicerçaram as bases musicais da Rubia Cantora e posteriormente compositora com Stevie Wonder, George Beson, Tom Jobim, Milton, Mart’nália Jackson, Quarteto em Cy e demais influências que estamos experimentando na trajetória.

Sai da Cidade do Rio de Janeiro e vim parar no interior do Paraná, onde comecei profissionalmente e nunca mais parei (muitas vezes dá vontade, mas a gente não desisti). Circulei pelo Noroeste do Paraná, o trabalho foi amplificando e circulamos por outras cidades do Brasil como Belo Horizonte, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Curitiba, Florianópolis, Rio Grande do Sul e tantas outras cidades do sul e sudeste.

2. Como você se sente nesse lugar de produtora, compositora e intérprete preta?

“Ela faz a produção dela” e por muitas vezes a gente não tem mais mão e precisa fazer nascer. Você é sua equipe dos bastidores que fecha as agendas, que fecha as parcerias, que fecha os feats, que escreve o projeto. A correria é fazer tudo o mais impecável possível. No entanto, precisamos humanizar os processos e entender que não conseguimos dar conta de tudo. Pedir ajuda de outros profissionais, outras mãos, por mais que o orgulho esteja berrando pra você não o fazer rsrs. E que bom que o trabalho chegou a esse ponto de não ser possível os processos “sozinha”. Trago muitas pessoas comigo que foram e são importantíssimas pra Rubia produtora. E no meio disso tudo você precisa escrever musicas, organizar lançamentos, engajar com seu público nas redes, mandado os reais sobre o quão relevante é você esta ocupando aquele espaço. O porquê isso é maravilhoso, difícil e dolorido às vezes, abrir espaços na unha, conversar sobre a valorização desse processo de trabalho, onde também abrimos mão de muitas coisas (quando a Rubia organiza psicologicamente e emocionalmente esse processo?) a verdade é que a gente entrega tudo!

Valorizem o corre. O close é resultado de mil fitas.

3. E as novidades, os novos projetos, o que vem preparando nesse momento de isolamento/pandemia?

Tudo a flor da pele. A arte se reinventa, mesmo nessa conjuntura pandêmica politica que nos vivemos. Por aqui nasceram alguns projetos e parcerias.

No ar pelo Youtube, temos a primeira temporada de “Em Negrito” onde apresento versões inéditas de minhas músicas, e interpreto canções dos novos nomes na cena brasileira.

Em parceria com a Rádio Cultura de Curitiba, sou curadora e também responsável pela criação da série no IGTV “Um Minuto o Disco”, onde artistas de todo o país, indicam álbuns da produção nacional. No segundo semestre de 2020, retomei as filmagens da segunda temporada da série “Em Negrito”, com gravações em Maringá com uma equipe de produção “pé vermelha” incrível.

Fizemos o pré-lançamento pela Radio Salamandra do feat “Transante” com produção de Gui Miudo. Tem dois novos projetos de estúdio , lançamento do single”Legado” ainda sem data oficial de divulgação.

SE INSCREVA E ASSISTA “EM NEGRITO”: 

*Foto do Lucas Andrade Leandro.

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De São Paulo, apaixonada por cultura, arte e comportamento humano. Movida a música.