3 PERGUNTAS PARA: VITOR GUIMA
by Renata Luiz
Marcado pelo preciosismo dos versos desde O ESTRANGEIRO (2019), VITOR GUIMA, a cada novo lançamento, aumenta a nossa expectativa para o seu segundo álbum. Primeiro, foi a vez da crescente AS HORAS, com um clipe que ultrapassou a marca de 200 mil views no YouTube, em seguida a faixa O PASSEIO DO SOL com influências da bossa nova, uma perfeita e criativa variação da MPB.
Personagem principal da sua obra, GUIMA nos entrega um labirinto de sentimentos e sensações. Ouvir suas músicas é convite a explorar as nossas angústias e conflitos mais profundos, sentimos o acolhimento em cada verso. É de fato um artista essencial, que se conecta diretamente com ouvinte logo no primeiro acorde.
Conversamos para coluna 3 PERGUNTAS, sobre: influências, conquistas e futuro, vem conferir:
1. Conta pra gente um pouco sobre sua carreira e influências?
Eu acho que a gente vive num país muito fantástico culturalmente. Sou fanático e extremamente fascinado pela cultura do Brasil. E eu acho incrível que o termo “Música Popular Brasileira” seja capaz de abarcar tantos gêneros diferentes. No meu trabalho, acho que os maiores fios condutores são o folk, o rock e a MPB. Eu acordo escutando Jackson do Pandeiro, em seguida Belchior, passo para Gang 90 & Absurdettes, na sequência Sepultura, depois estou ouvindo Johnny Alf e termino o dia com um disco da Marina Lima, sabe? E não acho absurdo dizer que de alguma maneira esses sons, por mais diferentes que possam parecer, influenciam meu trabalho. Em relação à minha carreira, eu sou compositor, escritor e cineasta. No ano passado lancei meu álbum de estreia, “O Estrangeiro”, e sigo agora em 2020 trabalhando no meu novo álbum (com previsão de lançamento para 2021) que já tem dois singles lançados, “As Horas” e “O Passeio do Sol”. E no final desse ano também estreio na literatura com meu livro de poemas “A Morte da Graça no Baile dos Erros”, publicado pela editora Urutau.
2. Desde o lançamento de seu primeiro álbum, “O Estrangeiro”, até a entrega desse novo single “As Horas”, como você avalia esse ciclo? Quais foram as conquistas nesse meio tempo?
Desde o lançamento do primeiro disco tiveram muitas conquistas de que eu me orgulho muito. Uma das primeiras matérias sobre o álbum me chamou de “Grande aposta da nova MPB”, depois o disco foi eleito um dos melhores do ano pelo Estadão. Eu tenho muito orgulho disso, sabe? Isso é o resultado de muito trabalho e fico muito feliz de ter sido bem recebido. Ao mesmo tempo, essas novas canções têm vários elementos diferentes e que ainda não tinham sido explorados no primeiro disco e antes de lançá-las eu fiquei com um belo frio na barriga. Achei ótimo eu não ter me tocado antes do lançamento do quanto “As Horas” é uma canção diferente das faixas do meu primeiro disco. Fiquei preocupado que a canção pudesse não ser bem recebida. Que bom que deu tudo certo e quando o clipe estreou, em pouco mais de 24h já tinha ultrapassado as 200.000 visualizações. Foi uma alegria muito grande ter essa recepção. É muito bom saber que meu trabalho está chegando cada vez para mais pessoas e fico muito feliz de ver o público reagindo bem a essa nova fase da minha carreira. Sou extremamente grato.
3. O que o Vitor Guima do presente busca no passado para levar pro futuro?
Eu sou um tanto fascinado pelas músicas da década de 60 e 70. É o que mais ouço e por mais que eu pesquise e busque novos discos dessa época, parece que as descobertas nunca acabam. Quem me segue no Instagram sabe que eu tenho meus “discos da manhã”, e muitos dos que posto por lá estou ouvindo pela primeira vez naquele momento enquanto tomo café. No fundo, eu sempre quis ser um cancioneiro. E acho que essas décadas tiveram alguns dos maiores deles. Paul Simon, Joni Mitchell, Cartola, Fagner, Alceu Valença, Karen Dalton, Bob Dylan, Belchior, João Nogueira, Bert Jansch, George Harrison, Neil Young, Lô Borges… São tantos. Eu não quero soar anacrônico nem nada só falando desses discos de 50/60 anos atrás, mas esses são alguns dos álbuns que me formaram musicalmente, sabe? Acho que minha grande ambição é conseguir produzir algo que faça as pessoas sentirem o que eu senti ouvindo as canções dessas pessoas. Quem sabe eu consiga ou tenha conseguido?
ASSISTA O CLIPE OFICIAL DE “AS HORAS”:
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