Resenha: Lirinha
by Di Pietro
Lira é só uma pequena parte na trajetória do Trovador pernambucano, que entre pouquíssimos no mundo moderno, tem a credencial para assim ser designado. Lirinha é um desses emissários raros, um contador de histórias e estórias deste e de outros mundos, só possíveis de serem por nós acessados, graças a sua nobre função natural para bardo.
Lira é só uma pequena parte na trajetória de Lirinha. Mas é uma pequena grande parte! Lira é um convite ao lúdico e ao empírico, ao cósmico e ao telúrico, mas principalmente ao lirismo psicodélico. Ouvir o disco é como estar num sonho cheio de simbolismos, daqueles que nos deixam intrigados e perplexos e nos fazem passar o resto do dia atordoados, tentando decifra-los enquanto aguardamos a chegada da nova madrugada esperando que se repitam.
Dissecando Lira
Letras-poemas forjadas a pedras e flores. Nuvens, homículos, damas e valetes, vagalumes e elefantes invisíveis, soldados, flechas, bêbados, névoa, química, hindus, gregos e Buda. Lirinha continua sendo um cordelista!
O som se distancia da proposta caótica do ‘Cordel do Fogo Encantado’, desnudando outras faces do músico. É uma viagem sonora psicodélica experimental, construída com luxuosas participações como Luisa Maita, Pupillo, Junio Barreto, Otto, Ângela RoRo e mais uma plêiade de músicos fodásticos.
Se você era muito fã do Cordel e ainda está preso num sentimento saudosista, desapega!
Lira transcende as expectativas, e a verdade nua e crua é que não tem como não se render e não se deixar arrebatar pelo mundo onírico e sempre encantado de Lirinha.
A imaginação de Lirinha continua em intensa combustão. Tem muita vida, muito fogo pra queimar!
Vida longa ao Rei Trovador de Arcoverde!
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