Banheiro Feminino: Te amo, só Por Hoje

Banheiro Feminino: Te amo, só Por Hoje

Playlist para acompanhar a leitura:

Ela estava ao lado do bar. Pediu aquela cerveja gelada, enquanto rolava o rock. Ele a olhou. Ambos sorriram e brindaram. Ela ainda estava apaixonada pelo cara que estava no palco, mas sabia que aquele brinde significava alguma coisa.

Menos de um mês depois, eles saíram. Bastaram duas noites para ambos sentirem um frio interminável na barriga. Ele se adiantou em acabar com quaisquer esperanças que outras garotas pudessem ter. Ela tratou de pisar com salto fino no pé daqueles caras que não tomavam uma decisão. Desde aquela primeira noite, nunca mais estiveram nos braços de outras pessoas e a história dura quatro anos.

E, quatro anos depois, uma história que parece ter saído da mesma forma se inicia. “Nem me passou pela cabeça, em momento algum, aquela típica frase ‘peraí, vamos com calma’. Eu deveria ir com calma?”.

Quando ele está lá, aquele sentimento de que você é o centro do mundo e nada pode te acontecer. Quando todo seu medo, todos seus traumas anteriores simplesmente se transformam no extremo inverso e passamos a nomear esse furacão – que bem poderia ser o Katrina no estômago – Amor. É aí, neste exato momento, que só os fortes viverão.

Coragem. Coragem de ser feliz, de não boicotar as alegrias porque “está bom demais para ser verdade”.

O amor é feito de fases. De histórias. Da primeira grande briga após três meses, da segunda após seis. Do quase término ao um ano, do “tempo” aos três e do recomeço. Na verdade, do começo. O começo do “foram quase felizes para sempre”.

Porque é simplesmente impossível amar todos os dias a mesma pessoa. Ela tem defeitos, faz coisas que podem te fazer querer esfregar a própria cara contra o asfalto. Mas você também tem e ela te quer mesmo assim. Hoje, você ama. Amanhã, está indiferente. Depois, tem raivinha. Em seguida, apaixona-se loucamente. É assim. Impossível amar todos dias, maravilhoso quando o amor acontece.

Um relacionamento que dura é um alcoólicos anônimos dos sentimentos. Vou te amar, só por hoje. E não importa se amanhã isso não acontecer. Porque eu sei que sempre volta. E fico MUITO feliz de saber que ainda há esse tipo de coisa no mundo, que não sou a única a provar esse doce sabor.

“Ai, Carol! Quero sentir isso também!”. É só se permitir. Julgar menos, viver mais e saber que é SIM uma questão de escolha.

“Amor é de sentir… ele vem e vai, do mesmo jeito que a gente sente o vento e não vê.
Por isso, termino de um jeito, pra mim, nada óbvio, dizendo que te amo hoje. Não sei quando começou e não sei quanto vai durar, mas é assim!” – autora de linda aura. Porém, manteremos o anonimato 😉

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Carol Tavares é jornalista. Passou pela MTV, pela Bandeirantes e a hiperatividade levou seu caminho a cruzar felizmente com o Jardim Elétrico e criar a produtora Jazz House. Apaixonada por música, pelo amor, por Alberto Caeiro e por seu acampamento no Jalapão.