De Pé: Entrevista #2 Francisco, El Hombre

De Pé: Entrevista #2 Francisco, El Hombre

Francisco, El Hombre1

Ouvir uma música do Francisco, El Hombre é como se religar com as raízes latinas, é como pegar uma mochila e andar pela américa sem sair do lugar, leiam essa entrevista e embarquem en La Pachanga 😉

De Pé: Como surgiu o projeto?

Francisco, El Hombre: Surgiu a partir de uma desilusão e um reencontro. Desilusão do mundo, perda de esperanças e um reencontro comigo mesmo (Sebástian), com meu irmão, com a música e nossa identidade em geral. Foi como se depois de uma forte tempestade emocional saiu uma nova ideia na mente, que foi e está amadurecendo junto aos nossos melhores amigos-músicos.

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DP: Sebastian e Mateo nasceram no mexico, certo? Quando vieram ao Brasil e como foi o primeiro contato com a música brasileira?

FEH: Sim, mas chegamos há muito no Brasil e decidimos nos naturalizar para oficializar esta nossa raízbrasuca. O nosso primeiro contato com música brasileira, ainda que demasiadamente tardio, foi através dos nossos pais: desde Martinho da Vila até Raul Seixas. Mas a gente está conhecendo muita coisa agora, muitas bandas novas sensacionais, muitos grupos e artistas de ontem e anteontem que não deixam de nos deixar de boca aberta.

DP: Como foi o feedback do EP “Nudez”? Pretendem lançar um outroep ou album em breve?

FEH: O feedback foi muito além do que esperávamos – conseguimos rodar o Brasil inteiro e boa parte do Uruguay, Argentina e Chile, conhecer gente que nunca pensamos conhecer e aprender incalculavelmente muito – somos bem felizes em relação a isso. Gravamos um novo ep este ano, que vai chamar “La Pachanga” e será lançado este ano ainda se tudo der certo e os deuses nos abençoarem. E vai ficar mó bonito espero eu!

DP: Recentemente vocês rodaram a América do sul fazendo shows, como foi e o que possibilitou isso?

FEH: Tempos atrás decidimos que a coisa que mais gostamos de fazer é viajar e tocar e trabalhamos em poder juntar os dois prazeres: viajar tocando. Daí foi começar a pegar estrada com o violão e aprender a como fazer isso ser auto-sustentável! Pegamos caronas, tocamos nas ruas, pegamos ônibus, tocamos nos bares, pegamos avião, tocamos em casas de show ou teatros. Nossa média na turnê pela A.L. era de um a três shows por dia, para pagar a hospedagem, transporte e alimentação nossa. Com essa e outras experiências anteriores, a gente conseguiu fazer cada show “render” um pouco mais, então agora costumamos tocar aproximadamente 3 a 6 vezes por semana e com isso chegamos às próximas cidades. É trabalho duro, muito desgastaste e uma montanha russa emocional, mas não há nada mais que eu faria com tanta paixão.

DP– Vocês também trouxeram ao brasil os chilenos Chinoy e Qowasi, eles gostaram da experiencia?

FEH: Adoraram. O Brasil tem uma influência musical (e cultural) muito profunda na música latina. Vir pro Brasil foi como finalmente sentir na pele o que é o país do samba, da bossa nova, do rock do final dos oitentas (muitas músicas foram traduzidas ao espanhol), do rock atual, do pagode, axé, etc.. nossa intenção com a vinda deles é poder participar com nosso grão de areia na reconstrução dessa ponte cultural demasiadamente abandonada entre Brasil e o resto da América Latina.

DP: Existem musicas do FFrancisco, elhombre em mais de um idioma, voces se sentem parte de algum lugar específico?

FEH: Eu diria que ultimamente redescobrímos nossa brasilidade e portanto nos sentimos mais brasileiros – passamos quase dois meses pelo nordeste este semestre, só tocando e absorvendo, num ato de quase-respiração-cultural: entra um ar novo nos pulmões, se mistura com aquilo que já estava lá, e sai algo novo (ou diferente de antes). E acho que a questão de pertencer a um lugar específico é relativo – importam bem mais as pessoas em volta e o que você faz no seu dia-a-dia.

DP: Qual a maior dificuldade de aparecer para um público maior?

FEH: Ainda não sabemos! Somos uma banda pequena que viajou bastante, mas não temos um público grande, eu diria, só bastantes amigos a ponto de ter onde dormir por onde vamos e vez ou outra alguém que saiba cantar um trecho de música.

DP: Pra finalizar, indiquem 3 artistas independentes pros leitores.

FEH: 1. Garotas Suecas
2. Sala Espacial
3. Milongas Extremas (que é uma banda cover de Extremoduro, mas que tem arranjos tão incríveis que vale a pena colocar nos top três – transformou música de rock em milonga – lindo demais)

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19 anos, Agitador cultural iniciante e estudante de publicidade. Busco vivenciar a arte o máximo que posso, seja escrita, falada, desenhada ou abstrata.