#Descubra: Mikka entre A Santa e A Puta
by Lucas Adon
Escuto Mikka na televisão conectada ao celular, no aplicativo do Spotify. Os tempos são outros, ninguém nega. E os novos tempos pedem espaço. A nova música vem junto, construindo de forma desconstruída seus conceitos. Uma mulher artista que propõe expor seu tempo é chave para essa exploração, em um disco chamado “A Santa e A Puta” que, então, clama por reflexão.
Mikka é cantora e compositora de todas as músicas deste EP muito bem produzido por Álvaro Guitarreiro e vem com bons selos de indicação: Massive Attack, Os Mutantes, Gal Costa e Portshead. Conta com os músicos Agenor De Lorenzi, Bruno Esteves, Sérgio Carvalho, Ed Menezes, Júnior Mouriz e Leandro Lima, além da participação de Fernanda Kostchak (Vanguart) no sensível violino.
Musicalmente, tem influências distintas e faz todas conversarem. Tudo bem proposto pelo gingado fluido e colocação instrumental. “A Voz” tem cabuloso clima que vem surgindo do além para então desembocar novamente na música. Bem nutrido!
“Mariana” remete a Marina Lima. É pop daquele estilo e esquema radiofônico.
A música que dá título ao álbum inusitadamente nos tira da “monotonia da monogamia”, de esperar sempre o mesmo. Não com Mikka e o time que ela montou!
Finalizar com “Desquite” é convite a se libertar e é parar no meio da noite, enquanto ela ainda promete muito. Dá o gosto de “to be continued”. Assim espero. Eu, um velho-garoto-menino-homem ouvindo Mikka na minha televisão ligada ao celular…
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