#Descubra todos os amores que cabem em João Bernardo

#Descubra todos os amores que cabem em João Bernardo
Foto: Isabela de Sousa

Mais amor, sem favor! O amor livre é político, porra!


Independente de “que horas ela volta”, a macropolítica depende e muito da micropolítica – e são nas pequenas ações que se fazem grandes revoluções. O amor que permeia todas as relações humanas tem meios de oferecer reflexões e a arte é uma delas. Esse foi o pensamento de Laís Carneiro Cunha, diretora do clipe de “Hoje Só Volto Amanhã”, de João Bernardo.

João tem três discos, emprestou composições para várias pessoas gravarem e é conhecido pela música webhit “Queria Me Enjoar de Você” (que é linda!). Ele está, agora, no quarto para expor seu modo de ver a vida e o mundo e o clipe é o primeiro single dos nove que prometem ter clipe também. Nesse clipe estão elementos de libertação amorosa, onde todos os gêneros são aceitos – afinal, o amor é agênero. Você querendo ou não. O clipe tem duas atrizes trans e dois atores cis. Em uma espécie de dança de acasalamento sutil e ritualística, com uma estética de arte déco e maquiagem tropicalista. É sexual sim, não estou sendo muito freudiano! Afinal, o sexual da vida não é só pau na buceta, como canta o funk, e muitas são as nuances que extrapolam a libido humana/animal.

Vale dizer que a música foi gravada no estúdio Palco, de ninguém mais que Gilberto Gil. A música está, além de tudo, em sintonia com os novos tempos. “Você se ofende até com o que não sofreu”, diz a letra – e, parafraseando o meme: se você não é gay, não precisa aceitar a união gay, porque você não foi pedido em casamento. Necessário é fazer o que você gostaria que fizessem com você. É a lei universal da lógica dos sentimentos.

 

“Encontro dos Rios” é o nome deste disco e tem a capa feita por um gigante do cartunismo brasileiro, André Dhamer, artista plástico que assina a composição da faixa título. A banda que compõe o projeto é formada por Bem Gil, Domenico Lancellotti e Bruno di Lullo. A julgar pelo single, acho – com toda a certeza – que vem música brasileira de primeira classe, para todas as classes. O disco sai em breve e, se você tem dúvidas dessa libertariedade toda, esta é a mensagem: você precisa entender que você não precisa entender você.

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Adon, paulistano, músico, psicólogo, educador e colador de tirinhas de jornal, discute temas como o comportamento contemporâneo, com algumas ideias utópicas e outras distópicas. Acredita ser quente mesmo usar o computador como uma espécie de exocórtex e no futuro a decoreba será extinta, já que teremos todas as informações à mão, ou no olho, como quiser. E isso sim é revolução, evolução, enfim..."

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