Discos Escondidos #085: Fellini – O Adeus de Fellini (1985)

Fellini é uma banda formada na cidade de São Paulo na década de 1980 por Cadão Volpato, Jair Marcos, Thomas Pappon e Ricardo Salvagni.

Um ícone do rock independente brasileiro e comumente associada ao gênero pós-punk, Fellini é um conjunto que sempre soube misturar seu lirismo com uma verve roqueira extremamente particular. Tendo influenciado artistas como Chico Science, a banda liderada pelo vocalista Cadão Volpato sabia sintonizar influências de bandas como New Order, Joy Division, Durutti Column e Devo com uma lírica que aparentava estar galgada na poesia concreta, com letras que sabiam recrear-se – e muito bem – com a cultura brasileira.

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Surgida de um convite de Thomas Pappon (na época baterista da Voluntários da Pátria e do Smack) a Cadão Volpato para um projeto onde ele seria o vocalista e letrista e Pappon tocaria baixo, Fellini foi batizada com o nome do maestro do cinema italiano pois os integrantes buscavam um nome “estranho”, que destoasse um pouco da atmosfera mais sombria que os nomes de algumas bandas carregavam na época. Thomas sugeriu de primeira o nome Fellini, e Volpato logo concordou.

Lançado em 1985 pelo selo Baratos Afins, o disco de estreia do conjunto, batizado de O Adeus de Fellini, apresenta a poesia lânguido-anárquica de Volpato misturada a ritmos e a elementos da música oitentista e do gênero pós-punk. Apesar de poder apontar ironicamente uma precoce despedida da banda já na sua estreia – e curiosamente o segundo álbum do conjunto se chama Fellini Só Vive 2 Vezes, mesmo não sendo o último álbum lançado pelo grupo – o nome é uma referência (na realidade um contraponto) ao disco The Return of Durutti Column, álbum da banda supracitada da qual Volpato era fã.

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Apesar de seus poucos e esporádicos lançamentos de álbuns de estúdio, Fellini é uma banda referência do rock independente paulistano da década de 1980 que definitivamente merece ser conhecida.

De seu álbum de estreia, destaco as faixas: Funziona Senza Vapore, Rock Europeu, História do Fogo, Cultura, Shiva! Shiva! e Nada.

Sem mais delongas, O Adeus de Fellini: