Discos Escondidos #088: Ira! – Psicoacústica (1988)
by Vítor Guima
Ira! é uma banda de rock brasileira formada na cidade de São Paulo no ano de 1981.
Surgida de um convite de Nasi (vocais) para Edgard Scandurra (guitarras) a fim de tocar em um show na PUC em São Paulo, os dois se juntaram a Adilson (baixo) e Fabio Scattone (bateria). Alguns anos depois, descobertos pelo produtor Pena Schimidt, a banda que à época contava com Charles Gavin na bateria (que depois integraria a banda Titãs) e com Dino no baixo (que já havia tocado na banda Subúrbio com Scandurra e Nasi) gravou pela Warner seu primeiro compacto, que continha as faixas Pobre Paulista e Gritos na Multidão.
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Mudando mais uma vez de formação, o Ira! grava seu primeiro LP, Mudança de Comportamento (1985), com Ricardo Gaspa no baixo e André Jung na bateria se juntando a Scandurra e Nasi. O álbum continha faixas que se tornariam icônicas no repertório da banda como Núcleo Base e Longe de Tudo. Em seguida, com o álbum Vivendo e Não Aprendendo (1986), a banda alcançou grande sucesso com faixas como Envelheço na Cidade, e a canção Flores em Você fez parte da trilha sonora da novela O Outro, da Rede Globo.
Depois do grande sucesso de seu álbum de 1986, o Ira! chega no ano de 1988 com um dos discos mais cultuados de sua discografia: Psicoacústica. Nesse álbum eleito pela Rolling Stone em 81º lugar na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, a banda sintoniza influências do reggae, hard rock, do rock psicodélico, do rap e também do punk e pós-punk (quase) sempre presente na discografia da banda, aliando esses gêneros musicais a críticas políticas e sociais.
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O que talvez fique ainda mais claro em Psicoacústica do que no resto da discografia da banda é o virtuosismo de seus instrumentistas. Edgard Scandurra dispensa apresentações como um dos maiores guitarristas da história da música brasileira e traz excelentes – e extremamente versáteis – linhas de guitarra para essas canções que transitam entre inúmeros gêneros e influências, Ricardo Gaspa é inconfundível com seus marcantes baixos de timbre pesado e André Jung é sempre preciso nas baquetas com todas as suas plurais nuances.
Do álbum, destaco as faixas: Rubro Zorro, Manhãs de Domingo, Receita para se Fazer um Herói, Pegue essa Arma, Farto do Rock’n’Roll, Advogado do Diabo e Mesmo Distante.
Sem mais delongas, Ira! e seu Psicoacústica, um dos maiores discos da história do rock nacional:
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