Entrevista: Roberta Campos
A cantora e compositora Roberta Campos tem conquistado cada vez mais a atenção da crítica e do público desde que lançou o disco “Varrendo a Lua”, de 2010. Dona de uma voz doce, a moça acalenta e faz muita gente suspirar com suas letras sobre amor, felicidade, saudade e outros afetos. Confiram agora a entrevista exclusiva que fiz com ela, que já é uma das promessas da música nacional.
Jocê – Eu quero começar falando de um tema que, ao mesmo tempo em que possui uma profundidade e complexidade, é também muito banalizado nos dias atuais: o amor. Em tempos tão líquidos, o que ele representa pra você?
Roberta – Gosto muito de falar sobre o amor. Amor em todos os sentidos e formas… Amor sólido, amor líquido… Amor de pai, filho, irmão, namorado, marido, pelo próximo, pela vida. O amor é o que me move, está em tudo que vejo, em tudo que busco. Amar é o ato mais próximo da felicidade.
Jocê – O que mais te dá felicidade, além de amar?
Roberta – Eu adoro estar com as pessoas que amo, poder fazer as coisas que gosto na companhia deles é a maior felicidade desta vida! Adoro ir a livrarias, cinema, um bom restaurante (mexicano é meu preferido), assistir séries, viajar, montar quebra-cabeças, Iô-iô, ir a parques, visitar a minha avó…
Diário De Um Dia
Jocê – Todo amor é brega?
Roberta – Não. É o sentimento mais lindo que existe e o sentimento mais puro, o mais forte e com força de mudar a vida de qualquer pessoa. O amor é tudo. Se cantando o amor eu puder mudar alguma coisa no mundo, é ele que vou sempre cantar, porque um sorriso que arrancar de alguém já valeu por tudo.
Jocê – Você nasceu em Minas Gerais – lugar de onde vimos surgir grandes nomes da nossa canção e que ainda hoje tem uma cena musical muito viva e potente – e só em 2004 se mudou para São Paulo. Existe algum elemento musical de Minas que você acha indispensável para a música que você faz hoje?
Roberta – Minas esta impregnada em mim. Eu vivi até meus 26 anos lá e minha essência é Minas Gerais. São Paulo é minha casa, mas Minas sempre será meu coração! Na maioria das vezes que faço uma canção eu me encontro com sons, ritmos, cores, sensações, lembranças do que vivi em Minas, acho que um elemento musical eu não conseguiria citar, mas tudo isso que pra mim é música, a música que faço.
Varrendo a Lua
Jocê – O seu disco mais recente se chama “Diário de um Dia” e é o segundo lançado pela Deck, o que ele traz de diferente dos trabalhos anteriores?
Roberta – Esse disco é bem diferente, sem perder a essência e sem distanciar dos discos anteriores! Nele não usamos bateria, Marco Suzano gravou tudo, fez a levada com percussão. Conto com guitarra em apenas 2 faixas. Continuo com meu violão de aço, mas tenho duas canções que tem violão de nylon e que inclusive o Paulinho Moska gravou pra mim. É um disco que tem mais cordas também.
Jocê – Essa diferença reflete alguma mudança interior ou foi apenas uma escolha estética?
Roberta – Com certeza! Às vezes esse muito que eu recebi na cidade grande acaba se refletindo no muito da minha doação nas canções e o pouco que elas pedem cada vez mais, o minimalismo que transmite tão bem o sentimento, as formas e a força.
Felicidade
Jocê – A sua música “De Janeiro a Janeiro”, gravada com Nando Reis, foi tema de uma nova da Rede Globo, como surgiu o convite?
Roberta – Enquanto gravava a canção eu tive vontade de convida-lo. Ele foi muito gentil, pois nem se quer havia ouvido falar o meu nome, a gente não se conhecia. A força da canção o ganhou, junto com sua generosidade e hoje tenho o registro dos mais lindos que pude esperar para minha carreira, para minha vida.
De Janeiro à Janeiro
Jocê – Você pode apontar as diferenças cruciais entre ser uma artista independente, já que o seu primeiro disco foi lançado de forma independente, e ter um selo?
Roberta – Quando se lança um trabalho independente, os obstáculos são muito maiores, você faz tudo. Desde o processo para gravar o disco, como cuidar da capa, da divulgação, é bem difícil. Com a gravadora, você tem pessoas para te ajudar em “tudo”. Uma estrutura bem legal para gravação, músicos maravilhosos, produtor… Depois musica em radio, divulgação em TVs, revistas, jornais… É um caminho que se encurta. Não vejo que sem a gravadora você não consiga, mas ajuda bastante para que mais e mais pessoas te conheçam de uma forma mais rápida e maior.
E eu Fico
Jocê – Eu quero agradecer a sua atenção e que, se possível, nos conte quais os próximos passos que você pretende dar.
Roberta – Eu que agradeço pela entrevista! Adorei! Pretendo agora gravar meu primeiro DVD e fazer ainda mais shows! Levar minhas canções a mais e mais pessoas e continuar construindo minha carreira, sendo feliz!
Vida Prática do Tempo
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