ESCANCARA, hein?! Di Melo cada vez mais Imorrível
Nunca um neologismo caiu tão bem ao definir um artista. Di Melo prova isto – 40 anos após o lançamento do clássico disco homônimo – num trabalho expressivo, cheio de estilo, que une soul, funk, bossa e samba regados à uma boa dose de “africalidade”. “Imorrível” enfatiza a “pauleira” de um instrumental irretocável e traz letras altamente significantes (já destacando “Basta bem pensar” e “Navalha”).
Pela estonteante combinação de cores da arte na capa feita por Ganjja Pessoa e Rafael Cunha já se percebe alegria e descontração. Em meio à psicodelia de caixas de som, seres da natureza e elementos interplanetários há a imagem sorridente do imorrível todo “bonitinho, quentinho, fofinho, cheirosinho, gostosinho e lavadinho” frente a um microfone “pronto para turbinar”.
As 12 faixas do álbum de produção independente foram captadas em Recife, no Estúdio Casona, mixadas por Gustavo Lenza no Estúdio La Nave e masterizado por Maurício Gargel no Estúdio Maurício Gargel Audio Mastering, em São Paulo. As participações ficam por conta de Bnegão em “Dioturno”, de Olmir Stocker em “Disquerer” e a emocionante voz de Larissa Luz em “Milagre”, aliás, uma das canções de destaque, super envolvente com melodia excitante e letra apaixonada, música das boas demais para ouvir ao namorar.
Outra canção que merece destaque pela intensidade e pela “viagem” nela embutida é “Canta Maltina” em parceria com Geraldo Vandré. De acordo com Di Melo, em entrevista ao site “Coisas da Música” ele e Geraldo caminhavam pela rua quando criaram uma espécie de vocabulário único que pode sintonizar-se ao mundo todo.
Se você (assim como eu) é daqueles que ouve Wilson Simonal, Kool & The Gang, Jorge Ben Jor, ou Earth, Wind & Fire e lamenta por não ter desfrutado da adolescência no auge da soul e da disco music, as faixas “Barulho de Fafá”, “Ribanceira”, “Distando estava” são para que você deixe de lamento e curta contemporaneamente os embalos de 70 só que, sem sombra de dúvida, numa roupagem ainda melhor porque junto com o swing da soul e da disco, essas canções mesclam a genialidade regional de Di Melo, a já citada “africalidade” e jazz. Dica: atente ao local onde estará ao ouvir essas faixas porque causam uma vontade incontrolável de dançar!
Não se pode deixar de destacar o brilhante backing vocal em corinho formado por Aninha Martins, João Zarai, Rachel Bourbon e Rafael Cavalcanti presente em grande parte das músicas, as deixando com uma vibe ainda mais alto astral.
Com “Imorrível” Di Melo mostrou-se totalmente, “barbarizantemente” e criativamente mais vivo que nunca, numa excelente fase. Verifiquem!
“ele provou que nada é impodível, ele inovou durante um tempo inacessível… Suruburdinadamente!”
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