Exclusivo: LG Lopes – O Fazedor de Rios
Tomei a liberdade de chamá-lo da maneira que der, como um recém conhecido de bar. Luiz é um nome simples, você poderia arriscar dizer que é comum. LG Lopes, quem assina “O Fazedor de Rios”, é músico, cantor, compositor e se coloca como rapaz latino americano. Eu iria além. LG Lopes, o Luiz, é um desses braços que não deixa o samba (e todas as misturas deliciosas que ele traz) se distanciar de Minas Gerais, de jeito nenhum.
O disco reúne onze canções inéditas da autoria de Luiz, segundo trabalho solo do artista, produzido lentamente desde 2012. Se esse tempo foi necessário para conciliar projetos pessoais, shows – e amaciar as músicas do disco – foi um tempo essencial. O álbum é apurado, certeiro. Leva essas influências que acompanham o músico há anos, integrante do “Graveola e o Lixo Polifônico” e “Tiãoduá”, além de outros projetos.
Sinto que Luiz me convida a desassossegar e fingir parar o tempo só um pouco, pra escutar a música que dá nome ao disco: “Fazedor de Rios” e me convencer que vale a pena seguir. A faixa 2: “Enquanto pisco” é pra dançar mais junto, falar umas coisas ao pé do ouvido, ter sensações próprias. E o disco vai chegando à metade, com samba variado, cadência boa, frequências dançantes, todas elas. Esqueço anotações que fazia, tentando separar cada música, transcrever umas letras. Nada disso importa, é bonito, fiel, tem gosto de água.
Luiz dá a entender que música se faz com parcerias. A maioria delas parece ser tocada por muita gente, uns vocais aparecem em algumas faixas pra compor esse cenário coletivo que o disco propõe. Logo, a explicação. O cantor revela que o álbum foi gravado com o time de músicos de “Os Escafandristas”: Bruno de Oliveira (baixo), Flora Lopes (percussão), Chaya Vasquez (percussão), Di Souza (percussão), Henrique Staino (sax), Ygor Rajão (trompete) e Rafael Pimenta (cavaco e charango). Além dessa turma, participações marcantes de Gustavito, Laura Catarina e Chico César completam o sentido de compartilhamento musical.
Produzido por Ygor Rajão, “O Fazedor de Rios” tem uma marca forte, como essa correnteza que o nome dá a dica. Flui como água, ar e é possível assimilar nas mais belas lembranças o que as músicas fazem com a nossa imaginação. O disco chega para deixar a gente solto, com vontade de viver, sem pensar muito no final. Apenas no caminho. Não pude escolher uma preferida, imagino que a cada vez que for escutar, aparecerá aquela para o momento. Pois bem, LG Lopes consegue fechar uns pontos, oferecer melodias e letras como quem senta à beira desse rio imenso para criar. Talvez seja versátil, inovador, particular, talvez eu não precise perder tempo tentando classificar o que é esse rapaz, que se mostra tão bem dentro de um disco.
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