Gramofox: Primeiro Ato

Gramofox: Primeiro Ato

Gramofox

Luzes acendem; cortinas se abrem; o público aplaude. Sejam bem-vindos a este incrível frenesi circense*! O ato será conduzido por um convidado especial: ukulele.

Todo ukulelista que se preze já foi parado por algum transeunte na rua, que apontou o dedo para sua bag e perguntou “isso é um violino ou cavaco?”, tendo que lhe explicar que, não, aquilo é um ukulele, que se soletra “u-ku-le-le” e que é “aquele violãozinho havaiano que aquele gordinho simpático tocava”. O gordinho simpático se chama Israel Kamakawiwo’ole (compôs as mais importantes músicas da história do ukulele e da comédia-romântica da Sessão da Tarde) e o violãozinho havaiano tem uma grande importância para a existência deste blog.

Tais cenas tragicômicas se repetem diariamente para com quem leva seu pequeno amigo de quatro cordas para o trabalho, faculdade ou aonde quer que vá. Eu já não digo mais “oi”, pois se tornou automático cumprimentar as pessoas com um sorriso e a recordação da explicação mais simples de por que-isso-não-é-um-cavaco.

A arte nos traz belas estórias. O ukulele que “é igualzinho a um cavaco”, baixo elétrico que “é uma guitarra de quatro cordas”, violonistas que não tocam Raul, cantores de voz rouca… Talvez seja isso que tenha despertado meu amor pelo assunto. Esse amor se entorna em satisfação cada vez que encontro algum artista que, com coragem, faz sua arte com este belo pedaço de brinquedo – Clarice Falcão, Apanhador Só, Amanda Palmer, Israel Kamakawiwo’ole, Beirut, Marisa Monte, Banda Tri e certo cigano paranaense que conheci no centro de Porto Alegre há alguns anos.

Convido-os a pegar um ukulele e acompanhar com cautela. Esta peça será divertida.

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Estuda música desde os 13 anos, desenvolve pesquisa na área da música independente , produtor de bandas de diversos estilos e compositor de trilhas sonoras.