Língua na cara da sociedade!
by Lucas Adon
Aquele sotaque de quem puxa as palavras e abre portais com elas. Aquela respiração timbrada em tambores. Aquela calmaria de dever cumprido, sabe para que veio.
Alessandra Leão, pernambucopaulistanizada, nome forte, cantora, compositora, percussionista e produtora de música popular brasileira.
Longa é a estrada até à maioridade. São 18 anos de carreira. Em 1997 fundou o grupo Comadre Fulorzinha e foi por aí viajando o mundo e participando de muitos outros projetos, sempre na brasilidade forte.
Com uma discografia própria assim: Brinquedo de Tambor (2006) – Dois Cordões (2009) – Pedra de Sal (2014) – Aço (2015), estes dois últimos da saga da trilogia que finda agora com o lançamento de “Língua”.
“Língua” me lembrou o que há de ponta na sonoridade que agracia os ouvidos. Tudo primoroso. Guitarras swingadas, percussão saculejante, baixo imponente e voz possante, perene. Tudo é verdadeiro! Visceral!
E, atenção, tem mais ousadia em A-Leão do que em um artista que esteja começando, pose de quem não tem medo. O detalhe são as inspirações eletrônicas que se mesclam com toda essa brasilidade, algo como uma ressignificação do contraponto da música africana e a tradição musical do Nordeste.
Rugida pelo sagrado em um culto aos orixás de celebração festiva.
Na trilogia ela contou com Caçapa que é violeiro, compositor, arranjador, marido e produtor dos discos. A banda: Rafa Barreto (guitarra), Missionário José (baixo), Mestre Nico (percussão) e Guilherme Kastrup (bateria e percussão).
Use a “Língua” como os felinos, como A-Leão, em todos os poros.
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