Resenha: Meno Del Picchia

Resenha: Meno Del Picchia

Humano macaco, macaco extinto, somos seres, uma série de rudimentares ou um bocado de superiores, afinal o que somos? “Somos todos um bando de macacos sem pelo, só que a gente caga no banheiro”, são os versos que o cantor Meno Del Picchia entoa em coro no seu álbum Macaco sem Pelo.

 Macaco sem Pelo é fruto da união do ser pensante com um grande talento para expor de forma fiel o seu jeito peculiar de ver e sentir o mundo, é um álbum audacioso, que aguça o tato, explora a visão e reforça a audição; é um formidável carrossel de sentidos, sem meios-ternos, sem meias palavras, ele é direto e reto. Meno, como é carinhosamente conhecido, brinca com as palavras, faz uma junção, uma aglutinação com elas, que logo se transformam em versos simples que nos arrebatam.

A música que dá nome ao disco é uma resposta bem-humorada do cantor para o preconceito e é nesse tom bem-humorado que segue todo o disco, com 10 músicas que abordam as relações humanas e que falam das diversas paixões vividas. O cantor fez questão de fazer um álbum total alto astral, como ele mesmo diz em uma de suas músicas, “essa é uma festa na floresta”, e é exatamente assim uma festa para todos, com diversos ritmos e vários sons e ruídos. Um trabalho bem produzido por Meno e sua trupe, que mostra também seus dotes como compositor e musicista.

Foi o acasalamento perfeito do homem macaco.

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Estuda música desde os 13 anos, desenvolve pesquisa na área da música independente , produtor de bandas de diversos estilos e compositor de trilhas sonoras.

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