Resenha: A Banda Mais Bonita da Cidade

O fenômeno em torno do vídeo/viral de Oração fez muita gente correr em direção ao primeiro disco do grupo curitibano, experimentar com pressa, e deixar tudo para trás. Com o novo álbum é dada uma segunda chance ao trabalho de estreia da banda que pode revelar uma série de marcas e experiências musicais que talvez tenham escapado da primeira audição do disco.

Ainda que seja uma obra marcada pelas ideias – boa parte delas desordenadas -, o disco é a chave para aquilo que o coletivo amplia e também entende com maior acerto durante a construção do novo álbum, logo, voltar para os versos de Mercadoramama, Canção Pra Não Voltar e demais faixas do debut pode se transformar em um ponto de revelação ao ouvinte.

Contrapondo o trabalho de estreia, “O Mais Feliz da Vida” é conceitual, inspirado no formato já consagrado por artistas como Arcade Fire e Pink Floyd. O álbum propõe uma reflexão sobre as etapas da vida, com todas as suas alegrias, intempéries, fracassos, superações e o fim. O resultado é uma volta às pequenas impossibilidades da vida normal; uma vermelhidão de sentimentos mundanos, com uma primeira parte mais quente (para ser cantado em multidões) e uma segunda mais escura, voltada à introspecção.

Um registro maduro, fruto de dois anos de parcerias, experiências pessoais e estrada. Parte desse novo momento estende-se a nova formação da banda. Fundada em 2009, a banda mais bonita da cidade anuncia seu mais novo baixista, Marano, que entra no lugar de Diego, que deixa seu posto com o desejo de seguir outros rumos “(…) É com bons sentimentos que deixo o meu “posto” na banda e saúdo o novo integrante, Marano! Desejo que a banda leve cada vez mais alegria ás pessoas e principalmente que, ao cantar à beleza, ajude a multiplicar o amor.” E o amor faz-se em canção.

O álbum sugere uma evolução de sonoridade sem abrir mão dos contrastes de emoções e arranjos, trazendo ao estúdio a atmosfera redentora de seus shows. é uma mistura de amor traduzido em diversas faces regidas pelo tempo.