O novo disco do Itallo França é necessário e você ouve o single primeiro aqui

O novo disco do Itallo França é necessário e você ouve o single primeiro aqui

Que boa surpresa abrir em primeira mão o disco novo do Ítallo França e dar de cara com essa capa que carrega tanta nostalgia. “O Time da Mooca”, como chama o álbum e nada tem a ver com o clássico bairro paulistano, não poderia ter tradução imagética melhor, com esse filtrinho retrô que dá vontade de morar na foto. E o disco – que a gente já ouviu, mas estreia no dia 17 de novembro – começa no miudinho, no melhor estilo futebol de domingo na “Rua Marinete”. O artista é de Alagoas e o trabalho narra a infância dele em Arapiraca, com os personagens, cenários e vivências que fazem parte de sua história. A obra foi financiada pelo edital de Fomento à Criação Artística Arapiraquense – Prêmio Mestre Nelson Rosa.

Depois da introdução instrumental, ele inicia o Futebol de Travinha com um baixo bem suingado ganhando a faixa percussiva com suas palmas e aquele tipo de letra que você fecha os olhos e se entrega ao filme que nasce dessa fusão. A alegria que a gente precisava num momento onde jogar futebol ou pião na rua é impensável. Disco da época em que se podia aglomerar sem pensar em álcool em gel. Necessário.

“O Time da Mooca”, também single do trabalho, lembra que Itallo era o número 2 com pé cheio de ferida – e, a que tudo indica, a equipe era boa mesmo. Dá o play!

A história de “Breno” na Mooca com aquele sotaque gostoso dá a impressão de estar ouvindo a faixa direto de um vinil. A textura seria uma trilha perfeita para “O Ano que meus pais saíram de férias”. E tem também o “Orlando Golada” – o sambinha em homenagem ao claramente artilheiro da equipe faz um belo gol do disco, que segue com “Os Olhos Dela”.

Mas ele tem mesmo é uma “Camisa do Flamengo”, uma bossa gostosa de sentir com seu piano de tantas referências abrindo caminho para uma quase marchinha. “Zé Vigia” segue dando aquela saudade de uma roda de partido alto com cerveja gelada – dá até vontade de chorar. A introdução a la “Pelo Telefone” abre alas para aquele acordeon sertanejo – no sentido de sertão – de amor a “Thiago, o Meu Irmão Mais Velho”. Mas é o “Hino Oficial do Mooca F.C.” que finaliza esse disco-filme que me mata de saudade do que eu não vivi.

Aguarde e confirme!

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Carol Tavares é jornalista. Passou pela MTV, pela Bandeirantes e a hiperatividade levou seu caminho a cruzar felizmente com o Jardim Elétrico e criar a produtora Jazz House. Apaixonada por música, pelo amor, por Alberto Caeiro e por seu acampamento no Jalapão.