Resenha: Paz-me

Resenha: Paz-me

Capa

“Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos. ”
Cora Coralina

Paz-me, paz em mim, que a paz é exercício de equilíbrio. Paz, porque a gente precisa. Paz-me, e que brote em nós calmaria, brilho de vagalume, natureza de coisas simples.

Paz-me, e que a história em si seja como canção de passarinho que voa livre na roça.
No interior tem dessas manias: é tudo conhecido, é tudo vivenciado, “quanto menor a casinha, mais sincero o bom dia”.

Paz-me, a banda mineira – Alex Scott Ferreira, bateria; Charles Galvani, baixo; Flaviano “Fly” Ferreira, teclado; Raufe Pereira, vocal e guitarra – revela presteza em letras tão bem escritas – numa pegada rock ’n’ roll, numa pegada reggaeira, numa pegada popular, numa pegada brasileira.
Paz-me – Pra manter a paz em movimento. E apresentar novas esquemas. Paz -me como suas diversas influências. Paz-me, que é pra trazer poesia pra sua casa de dentro.

  •  Quais são as principais influências que fizeram vocês chegarem até a sonoridade atual?

A banda é formada por quatro músicos com influências bem diversas, mas com um ponto em comum, o rock ‘n’ roll. Temos formações musicais diferentes e influências diferentes também, mas todos têm uma pegada rock que dá a cara do [Paz-me].

  •  Como artistas independentes, quais são as maiores dificuldades e vantagens de se gravar um disco?

As dificuldades estão sempre relacionadas à falta de estrutura, grana, etc. Sem contar que todos, pelo menos hoje, precisamos manter carreiras paralelas que suportam nossa carreira musical. Em termos de vantagens, o ponto principal que vejo é a liberdade de fazer o que te der na cabeça, ou seja, criar o que estiver a fim sem interferência de modismos, tendências comerciais, etc.

  • Como vocês enxergam o movimento da nova cena musical da MPB?

Particularmente não gosto muito deste termo “nova cena musical”, sabe? Por exemplo, se o [Paz-me] fizer sucesso da noite pro dia, seríamos considerados “nova cena musical”? Será? Temos mais de 20 anos de experiência rodando em várias bandas. Se formos contar só a banda, vamos fazer 15 anos em 2015… mas isto é outra prosa. Acompanhamos bem de perto a cena de BH e, pra ser muito sincero, tem muita gente boa de verdade. Tem muito artista foda em BH… pesquisem, ouçam, entrem de cabeça… fica a dica.

  • Conte-nos um pouco sobre o processo de criação do ‘Casa de Roça’.

O disco nasceu junto com a banda, ou seja, em 2000. Claro que não tínhamos isto em mente ainda.

Digo isto, pois algumas músicas que estão no disco começaram a ser compostas nesta época. Em 2011, fechamos uma lista de 10 músicas e resolvemos fazer o disco. Começamos a gravar em 2011 com outra formação, na verdade, com outro baterista. Tivemos a perda do batera e demos uma parada na gravação, por isto, demoramos 04 anos para finalizar o disco. Mesmo com estas paradas e trocas conseguimos, naturalmente, um coerência musical no resultado final. As músicas são bem misturadas, com pitadas de samba, jazz, música regional, mas usando o rock como espinha dorsal. O nome Casa de Roça foi tirado de uma das canções e sintetiza muito bem o conceito do disco.

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Day, louca sem ponto nem vírgula, aventureira na escrita, engajada nos rolês poéticos, costuma ser atropeladora de caô e, vive sempre na montanha russa.

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