Resenha: Pipo Pegoraro

Resenha: Pipo Pegoraro

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Quando tocou aqui, senti uma inquietação. A mensagem foi tomando corpo e forma. E cada sonoridade trazia uma percepção de mundo: humana, pujante, coletiva. Mergulhar? Mergulhei. Foi preciso entrega. Aprofundei. Tem músicas que são âncora, têm musicas que são barco a vela, tem canção que borda ventanias e outras que pintam arrebóis. Basta estar atento, de ouvidos em pé, como diz minha vó.

Apresento-lhes Pipo Pegoraro: um moço que transforma experiências, sonhos, devaneios em prosa cantada. Um cantante destes tempos, que explora “O que só cabe em nós” e o que transborda. Quer dizer, aquilo que se aproxima do mistério, expansão, arrebentação e que flutua sob a nossa condição ou não.

Mergulhar Mergulhei é terceiro disco solo de Pipo. O álbum traz 10 novas composições, sendo duas faixas parcerias com Romulo, uma com Pablo Casella, e uma com o poeta Arruda. Xênia França (da banda Aláfia, que Pipo também faz parte), Luz Marina, Filipe Catto e Romulo dividem o vocal em algumas faixas. Gravado ao vivo, a banda do estúdio é a mesma que acompanha Pipo em seus shows: Décio 7 (bateria), Gustavo Cék (percussão), Marcelo Dworecki (baixo), Cuca Ferreira (saxofone e flauta), Fernando TRZ (piano) e Lucas Cirillo (gaita).

São muitas as influências diluídas nas canções: tem jazz, tem MPB, o toque certeiro de outrora no nosso agora. Abre margem pra tantas sensações. Essa é a grande magia do som. Pipo desbrava nosso mar. E se você se deixar levar vai desaguar. Verter em choro e riso. Mergulhar.

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Day, louca sem ponto nem vírgula, aventureira na escrita, engajada nos rolês poéticos, costuma ser atropeladora de caô e, vive sempre na montanha russa.

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