Prepare a pista de pouso no seu ouvido – Tem Música Negra Universal Interplanetária no ar e cheia de mensagem positiva
“Transmutação é a palavra chave“, o corpo e a mente formando um só elemento. Essa é a mensagem base do terceiro disco de Bnegão e Os Seletores de Frequência lançado este ano com o patrocínio do edital Natura Musical. O grupo trabalhava em um projeto instrumental quando foi contemplado com o edital, daí iniciou-se o processo de novas composições. “Transmutação” foi gravado nos estúdios Cantos do Trilho e Rockit, no Rio de Janeiro.
Em meio a uma confusão de informações e palavras, como “resistência”, e misturado ao desenho de uma favela nasce o rosto de um menino de olhos fechados, assim é a arte da capa já instigante, criada pelo carioca Marcelo Ment, um dos mais premiados e importantes nomes da arte urbana da atualidade.
As 11 faixas do disco são tão “miscigenadas” como o Brasil, e assim como nosso país, a musicalidade do trabalho possui “os pés na África” trazendo muitos elementos da cultura africana, evidente em “Agô” (faixa introdutória) e em “Um tema para Iemanjá”. Em “Dias da Serpente”, “No ar (Convocação)” e na divertidíssima “Mundo Tela”o agogô é marca forte do início ao fim. Aliás, a percussão no “Transmutação” está muito mais ressaltada que nos outros dois discos do grupo e interage de forma brilhante com os metais e o baixo já marcante e pesado no trabalho da banda.
Formado por BNegão, Pedro Selector, Fábio Kalunga, Robson Riva, Fabiano Moreno o grupo se superou na infinidade de referências e na mistura de ritmos dentro de um só projeto, onde se escuta – acredite – no mesmo CD, hip-hop, rap, funk, surf music e samba, com direto a cuíca e amor – “amor, você se mantém linda assim com as luzes do entardecer” – na faixa “No amanhecer” (e tome agogô!)
E por falar em samba, todo destaque para versão de “Fita Amarela” de Noel Rosa que, diferente de muitas das versões já feitas para esta canção em tom de tristeza e melancolia aparece no disco como um belo dum samba de gafieira, super alto astral, daquelas músicas que se ouve e é bem difícil não se mexer, nem que seja o pezinho.
A mensagem das canções desse disco, além de espiritual, é de grande relevância social. Nessa sociedade atual onde, muitas vezes, nos vemos oprimidos por tanta coisa, como por exemplo, não conhecer variações “trans” e seus neologismos que nascem a cada dia, uma nova variação altamente recomendável é a de “TRANS” mutação. Mude, transforme e troque energias negativas externas, por energias positivas dentro de si próprio.
“A revolução real, a principal, é a de dentro pra fora e não de fora pra dentro,
bote isso, de uma vez por todas, dentro do seu pensamento“. Aceite-se!
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