Resenha: Primos Distantes
A POESIA PRÓXIMA DOS PRIMOS DISTANTES
Muitos poderão enxergar ironia ou até mesmo sarcasmo. Eu enxergo poesia. Pura e simples. A poesia próxima dos Primos Distantes.
Da voz do trovão, do Dragão, do Cão, do Urubu, do Feio com conjuntivite. Tirar poesia do improvável, do desvio, do incerto, do marginalizado. Estes caras cumprem a difícil missão de encantar com os desencantados, de caminhar lado a lado com a distância que se tem dos sinceros.
Eu abro minhas portas e vejo as ruas com seus descaminhos na voz do Dragão que não, não deve parar de cantar. Que o Dragão continue a conquistar as meninas com seu olhar de galã. Quantos Dragões não existem por aí?
O groove gingado das canções parece fazer do Dragão um Pássaro. Algo entre o rouxinol e o beija-flor. Algo entre, apenas. Algo entre. Arrombe a porta e nos faça voar.
Voar entre os descampados. Entre os maltrapilhos da procissão. Entre os incautos, os desafortunados. Entre os que não. Primos Distantes promove a inclusão das peças que ficaram de fora da canção popular. As peças que ficaram de fora da beleza.
Peças pisoteadas.
As peças que desaparecem em casas vazias na capa do disco? Quem espera que seja? Eu, tu e todos os que se abrigam embaixo de máscaras. Os irmãos Costa estão mais interessados no que não se mostra, com furor, pela frente.
“Quer se convencer que não precisa provar nada
Encara toda rejeição que sofre com uma risada
Que é tão forçada”
É esse o sentimento. Pra quê comprovar-se? Imperfeição é uma delícia, Idiota. Como se fosse o amor, primo distante da fantasia.
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