Quem é ISABEL? O universo cotidiano de Posada

“Tudo certinho? Acabo de lançar ISABEL”. É com essa naturalidade que Carlos Posada anuncia a chegada de seu segundo disco de estúdio. Como dito por Duda Brack em seu release, o novo trabalho é convite intimo para adentrar o universo cotidiano do autor sem nenhum filtro. Justo e simples, pois ele não precisaria de mais. Assim como canta na faixa de abertura, seu cartão de visita é seu proceder.

Sonoramente muito diferente de sua estreia, ISABEL traz esse lado acústico cheio de classe. Tendo os violões de Posada e Rodrigo Garcia como instrumentos principais, os arranjos privilegiam os vocais marcantes do cantautor em um registro que soa positivamente crú. Um retrato sincero e sem edições das intenções presentes em cada faixa: ora doces, ora amargas.

Já presentes no repertorio de alguns de seus shows com O Clã, canções como “Cadafalso” e “Castanho” fazem parte do disco. Gravadas inicialmente por Duda Brack e Lenine, as músicas ganharam em ISABEL belas versões na voz de seu compositor. A primeira, mesmo sem os solos de guitarra e as distorções, manteve o peso e agressividade encontrada no álbum “É”.

Entre as participações especiais estão Duda Brack, com quem Posada divide os vocais em “Remoendo” e Chico Chico, que participa da bonita “Efeitos Especiais”. Entre as nove faixas, há ainda espaço para a belíssima e instrumental “Aguais” e para a ensolarada “Sertão Alegre”, com direito a sanfona e viola caipira.

Com o lançamento de ISABEL, Posada evidencia sua versatilidade e sua habilidade em transitar naturalmente entre elementos do que é tradicional, regional e também moderno e urbano. A escolha de palavras e a forma com que as letras são construídas mostram um pouco desse olhar muito peculiar. Essa franqueza e espontaneidade, que não podem ser emuladas, são o que tornam seu trabalho único e fazem dele um dos grandes compositores dessa geração.

Ouça ISABEL, de Posada: