Resenha: Renato Inácio
Deparei-me com esse disco em uma manhã chuvosa e fria, e tenho certeza absoluta que isso me ajudou a entender um pouco além as poesias melódicas e musicais de Renato.
Renato é um artista multifacetado, pois além de ser o autor das dez músicas, cantar, tocar ukulelê e guitarra, ainda produziu o próprio disco: “Porão”. Lançado em 2013, totalmente independente; álbum este que marca o início de sua carreira musical.
As faixas que compõem “Porão” nos tocam no mais íntimo; confesso que estou completamente apaixonada pela faixa “Distância”, faixa esta que rendeu a Renato a coragem para compor outras canções e finalmente produzir o disco. O artista também passou pela fase de insegurança em relação a suas composições e ao cenário musical até então presente; sabemos que produzir um disco totalmente independente ainda exige a coragem para enfrentar alguns empecilhos, mas a vontade de fazer música e dar vida ao projeto Porão fez com que Renato não desistisse.
O titulo do disco vem do fato de que após sua volta ao Brasil, Renato teve que morar por um tempo no porão da casa de seus pais, e foi neste cômodo (que nos lembra poeira e frio) que o artista finalmente começou a tecer os fios para produção do disco. Vale ressaltar que o disco de Renato não possui absolutamente nada de frio e nem um pouquinho de poeira.
Muito pelo contrário, o disco do artista mistura vários ritmos, ora lúdico, ora rock, ora até mesmo marchinha de carnaval, o que nos faz aquecer ainda mais o coração.
Renato possui o dom de retratar o cotidiano e sua visão de mundo de uma forma simples, relata em suas canções o período pelo qual passava e passou mesmo fora do Brasil.
Todas as faixas são únicas, desde o instrumental, até a letra, os ritmos e etc. O artista retrata a vida das pessoas com uma leveza, por mais pesado que seja a realidade.
“Abrem-se os corações, o que tem dentro deles? Ilusões.” Talvez tenha sido este trecho da canção MARGINAL que mais me conquistou no disco inteiro. A sede das pessoas em buscar cada vez mais o amor em lugares errados e acabar se enchendo do vazio e ilusões.
Renato, queridíssimo (sim, queridíssimo), parabéns por ter tido a coragem de produzir em um porão o disco Porão e, por favor, não pare nunca: suas canções são maravilhosas e o seu coração, ao contrário do que diz em uma das músicas, é quente e cheio de amor. “Porão” é, sem dúvida, excepcional e vai ser ainda mais no looping infinito que estarei ouvindo daqui até o céu. Finalizo essa resenha com alguns elogios à parte, digo à parte, pois não me considero tão digna assim de elogiar um trabalho tão maravilhoso.
E não sejamos como os amantes que passam a vida a repetir os mesmos erros como num disco rabiscado em vitrola ruim. (música: Todos os caminhos).
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