Resenha: Alessandra Leão | Pedra de Sal

Alessandra Leão. Acredito eu que o nome de uma pessoa tem forte ligação com a personalidade que esta desenvolverá ao longo de sua vida, acredito ainda mais agora depois de ter conhecido Alessandra LEÃO! Esta donzela, guerreira, com um olhar penetrante, segura de si, e como se não bastassem todas essas qualidades, adicionamos então a voz viciante de Alessandra e o seu sotaque.

O disco intitulado “Pedra de Sal” apresenta duas composições de Alessandra (Pedra de Sal e Mofo), duas parcerias com Kiko Dinucci (Tatuzinho e Devora o Lobo), além de Doutrina e Toque de Yemanjá, uma recriação de toadas tradicionais do Babassuê de Belém do Pará e do Xangô do Recife (originalmente gravadas pela Missão de Pesquisas Folclóricas, idealizada por Mário de Andrade, em 1938).

Suas canções são tão intensas, puras e verdadeiras , que são capazes de deixar qualquer ouvinte hipnotizado. A leveza que Alê traz consigo, o sotaque que munido dos intrumentais e das poesias nos fazem mergulhar mais afundo de quem realmente somos e do que realmente queremos.

Alê transforma suas canções em uma espécie de mergulho de cabeça, afim de descobrir quem é o ser humano e até onde conseguimos enxergar realmente o que acontece ao nosso redor. Sem exageros, sem súplicas, sem meios-termos, nem nada que desfoque a ideia principal da cantora, a linguagem é direta e objetiva em todos os versos das canções.
A mistura de diversos instrumentos usados nas canções também representa um papel importantíssimo no disco por completo. Cito como referência primordial da diversidade cultural presente tanto em Alê quanto em seu disco, e a canção “Devora o Lobo” que deixa evidente a capacidade da artista em se adaptar aos estilos diferentes que a música proporciona. Alê é completa e me sinto no direito de dizer-lhes; “Pedra de Sal” também é.