Resenha: Trombone de Frutas | Chanti, Charango
COMO QUEM CAI, COMO QUEM VOA
E fui nessa orquestra desenfreada. De pausas. E voos. E frutas. A orquestra tropicalista do tudo ao mesmo tempo agora. Ao tom de lindas bossas. De graves riffs. De meia luz e brilho alucinante. É aquele som que eu imagino Caetano versionando. Poderia ser um bônus track do “Cê” ou uma faixa perdida do disco “Tropicália ou Panis Et Circensis”.
Sê, apropriadamente sendo, no lúdico que vai da capa aos primeiros rios de sons. Quanta imagem nessas letras! Quantos imensos e quantos vazios! É tudo tão intenso, tão rarefeito. Ouvir “Trombone de Frutas” é como estar caindo de uma montanha e, de repente, entre uma rocha que se desprende e uma nuvem fraca, se sentir voltando ao topo dela. Mas, é só olhar para baixo novamente que se vê o coração ainda flutuando ante as vibrações desses metais invisíveis.
E eis aqui os culpados por essa confusão de cores na minha cabeça:
Conde Baltazar (voz e composições), Marc Olaf (piano, flauta transversal e composição), Rodrigo Chaves (baixo), João Taborda (bateria), Marcel Cruz (percussão) e Thiago Ramalho (guitarra e composição).
E em verdade, vos digo: “Sintam Chanti, Charango! É inútil ter ouvidos!”.
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