Rolo Elétrico: Um por sala, senhores!
Esta semana não vi nenhum filme nos cinemas mas eu passei por alguns para analisar o movimento. Algo que me incomoda desde sempre é que em alguns complexos que possuem somente três ou quatro salas, 50% delas são tomadas pelo mesmo filme. Mesmo com a quantidade maior de salas, um blockbuster (termo geralmente utilizado para classificar um filme que gere altos números de bilheteria, mesmo não tendo uma boa qualidade [às vezes]) fica em cartaz em quase todo o cinema.
Certo, por tem um maior hype, ou seja, por ter maior conhecimento das pessoas acaba por ser o mais procurado, mas infelizmente acaba por diminuir e tirar o espaço de um filme que mesmo que tenha um orçamento menor, menos conhecimento ou talvez seja até nacional. Na maioria das vezes, além de limitar as opções do fãs de cinema ou curiosos à busca de um filme desconhecido mas que tenha ouvido bons comentários de um amigo do trabalho ou da universidade, não torna o filme que se saiu bem na crítica lá fora ou bem cotado na lista dos sindicatos de roteiristas/diretores/qualquer-coisa palpável para quem necessita absorver esse tipo de cultura que é sobreposta pelo que pode ser massante geralmente.
Mas meu amantes de cinema, amigos cinéfilos, não temam! Nossa maravilhosa agência interviu e resolveu botar o pau em cima da mesa. Adotando o cenário francês como exemplo, a Ancine (Agência Nacional do Cinema), em conjunto com uma equipe técnica especializada, adotará um plano à partir de janeiro do ano que vem para que não haja mais uma completa ocupação de um ou dois blockbusters. O último exemplo que possa justificar isso e que talvez também tenha sido o que levou à esta decisão, foi a estreia de Jogos Vorazes – A Esperança Pt.1, que estreou em praticamente metade de TODAS AS SALAS do país (1.300 de 2.800).
Ainda não há nada concreto sobre os efeitos da medida e o que mudará. Mas se especula e possuí forte vinculação é que o sistema de de distribuição nacional fique parecido com o francês, no qual um filme em sua estreia, só pode ocupar no máximo 30% das salas de um complexo/cinema. Vale salientar aqui que, ao contrário de alguns veículos de comunicação prepotentes e que não leram sequer uma página do manual de redação em quatro anos de faculdade, é que a intenção não é eliminar ou impossibilitar a exibição de filmes que ocupam maior parte dos cinemas. Mas sim viabilizar um conteúdo mais abrangente, no qual quem for aos cinemas, possam usufruir de diversas opções. Tornando o mercado de filmes independentes mais acessível e porque não, intensificando e fortalecendo o cinema nacional, que por sinal, vem crescendo e se tornando menos obsoleto nos últimos anos.
Fica aqui o registro de uma esperança que foi acrescida aos olhos deste jovem fã de salas de cinema, rolos de 35mm e pipocas amanteigadas e salgadas. É uma comemoração impressionante e uma forma de enxergar melhor essa arte incrível que gera filas e filas de pessoas buscando cultura e conhecimento. Explorar diversos caminhos é sim, uma excelente forma.
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