Rotações: Felipe Cordeiro

“Pegadas” é a palavra-chave de como me refiro a Felipe, gosto de imaginar que ele passou por diversos lugares dentro de si para colher notas para suas criações e, nesses lugares – que vão desde os já citados Brasil e toda a América Latina à África e ao Reino Unido -, deixou suas pegadas. Então, fui perguntar em qual disco ele deixou uma “pegada” essencial:

– O álbum que me influenciou, entre tantos álbuns que me influenciaram, é o Expresso 2222 do Gilberto Gil. Álbum de 72, quando o Gil tinha acabado de voltar do exílio e trouxe uma saudade, revelou uma saudade, muito grande do Brasil e uma vontade de recuperar e de aproximar coisas, por exemplo: o universo tradicional do cancioneiro brasileiro (Jackson do Pandeiro, Gordurinha, etc… Riachão…) com o que ele estava ouvindo de música internacional, do rock psicodélico dos anos 70; as referências baianas com as referências do rock europeu, americano… Uma nova maneira de tocar violão, o que o Gil estava mostrando obviamente tinha a ver com a música africana, mas não só: Tinha a ver com o baião. Enfim, o Gil mostrando muita versatilidade tanto na hora de tocar quanto na hora de cantar. É um disco que tem músicas de outros autores e, enfim, é um baita álbum. Eu tive a oportunidade de, esse ano, repetir um show tributo a esse disco, Expresso 2222, onde eu toquei na íntegra, junto com a minha banda com arranjos próprios. Enfim, é um disco realmente muito marcante pra mim.