Resenha: Thamires Tannous

Thamires Tannous: engana-se quem julga esta bela moça apenas pela doçura de seu olhar ou pelo encantador sorriso; “Tha” – apelido carinhosamente dado por mim -, é uma jovem mulher, com a voz tão forte quanto sua expressão fácil, tão doce quanto seu olhar e tão encantadora quanto o seu sorriso.

Com o conjunto composto pela bela voz da artista e pelos maravilhosos músicos que a acompanham, o trabalho de Thamires acaba de entrar para a minha coleção de canções preferidas…

Escrever sobre o trabalho e a pessoa de Thamires é tão difícil, pois esta cantora é um conjunto enigmático tão sedutor quanto suas canções; canções essas responsáveis por transpassar o véu que separava a realidade dos sonhos.

As canções fazem-nos sentir um misto de sentimentos e vontades praticamente impossíveis de serem descritas, sensações que eu mesma nunca tinha experimentado em nenhum dos discos ouvidos até agora.

O cuidado com os arranjos, com os ritmos, com a própria entonação da voz de Tha, conquista-nos de uma forma tão subliminar, que é impossível não ouvir o disco da cantora no mínimo duas vezes – eu já ouvi umas 6x, com certeza.

A cada nova canção que vai surgindo no disco, surge também uma nova percepção da artista em relação ao mundo que a rodeia, as coisas que ela vive ou viveu.  O trabalho de Thamires é tão minucioso, e por fim, torna-se perfeito com a junção das letras – melodias – e a “fofura” inevitável da cantora.

Considero o trabalho de Tha uma reunião de várias características magníficas e geniais – tão geniais quanto a própria cantora – admiradas por um série de pessoas, fazendo com o trabalho da artista seja visto já inicialmente com olhares tão perplexos e desejosos como quando olhamos para um disco de Chico.

Se o mundo realmente tiver que acabar um dia, que acabe com a trilha sonora composta por Thamires, por favor e que a luz da Aldebarã não ofusque jamais o brilho dessa cantora maravilhosa, mas que esses dois astros luminosos se unam para então brilharem juntos por um bom tempo.

Quais são as principais influências que fizeram você chegar até a sua musicalidade atual?

Thamires – Quando criança ouvia muitos artistas de minha terra, Campo Grande, como Almir Sater, Geraldo Espíndola, Guilherme Rondon. Além da música de raiz, ouvi muita música árabe… Meu pai sempre ouvia e dançava muito. Na adolescência ouvi muito rock n roll, principalmente os clássicos. E depois, com uns 18 anos, comecei a ouvir muita música brasileira.

Uma das cantoras que mais me inspiraram foi a Ceumar.

Qual a importância da produção de Dante Ozzetti e das participações como Ivan Vilela, Toninho Ferragutti e Ricardo Herz na sonoridade do disco?

Thamires – O Dante foi a pessoa mais essencial na construção da sonoridade do disco. Apesar de a maior parte das músicas serem de minha autoria, ele construiu os arranjos de forma muito pessoal, trazendo sua identidade musical para o disco também. Cada participação contribuiu para a abrangência sonora do disco, trazendo universos musicais muito particulares.

Acredito que esta mistura de pessoas e estilos reflita um pouco de meu universo musical, que sempre foi muito amplo.

O que te inspira na hora de compor? Você já tinha o repertório pronto ou trabalhando nas letras ao decorrer das gravações?

Neste disco, tive um processo muito particular de composição. Sentava ao piano, ouvindo ritmos e percussões árabes, e começava a criar melodias em cima do que ouvia. A maior parte do repertório é inédita e foi criada especialmente para este projeto. As letras não são minhas. Para cada música, pensamos em um letrista diferente, que achávamos que tinha a ver com a sonoridade. Ao todo foram sete parcerias.

Como artista independente, quais são as maiores dificuldades e vantagens de se gravar um disco?

Thamires – Acho que o processo de inserção do trabalho no mercado musical é o momento de maior dificuldade do artista independente, que não conta com o apoio de uma grande gravadora que impulsione o consumo de seu trabalho pelas mídias de massa. Mas acho que isso também possui um lado muito bom. Nós artistas independentes, corremos atrás de criar nosso próprio público, pessoas que acabam ouvindo a música de maneira mais espontânea. Com a internet tudo ficou mais fácil, e podemos mostrar o que estamos fazendo de prontidão, mantendo a nossa mais pura identidade, algo que a meu ver, se perde um pouco quando você se torna um artista exclusivo de uma gravadora.

Pode nos contar um pouco como será o show do dia 24 de abril no SESC Vila Mariana?

os ingressos para o show já podem ser comprados no site do Sesc.

Thamires – No show tocaremos todo o repertório do disco além de algumas releituras que não foram gravadas. Os músicos que me acompanharão serão os mesmos que gravaram no disco. Dante Ozzetti (violão), Sergio Reze (bateria), William Bordokan (percussão árabe), Kabé Pinheiro (percussão), Peter Mesquita (baixo), Bruno Bething (guitarra), além das participações do Ivan Vilela (viola) e Ricardo Herz (violino). Todos os arranjos do show foram feitos pelo Dante também.