Belchior finalmente está de volta!

Depois de anos de espera o cantor e compositor Belchior, de bigode e letras muito densas por sinal, retorna aos palcos para apresentar o seu disco “Coração Selvagem”, lançado em 1977.

Só espero que agiotas, cobradores, investigadores, gravadoras e até mesmo a polícia não venham até mim por noticiar em primeira mão tal retorno.

Queria muito que esta notícia fosse verdade e que Belchior realmente retornasse aos palcos brasileiros, mas não é porque Belchior é Belchior e nãos os Los Hermanos que acabam e voltam para vender mais e mais. Várias teorias apontam que Belchior já anunciava sua saída dos palcos através de suas letras e de sua conduta, mas o que o faria retornar?

Recentemente assisti a um show bem intimista em um teatro de Salvador, homenageando o disco Coração Selvagem, comandado por Josyara e Giovani Cidreira, no maior clima Voz e Violão e um teclado às vezes, a música do bigodudo soava em todo o teatro e era possível ver o brilho nos olhos dos interpretes e a emoção dos ouvintes.

Sentia-se, entre as peraltices de Giovani Cidreira e a voz doce de Josyara, um sentimento mais que claro de “Volta Belchior”, porque precisamos de suas letras carregadas de metáfora para afrontar aquele que queremos que saia (Fora temer?).

O ponto alto do espetáculo foi o coro em “Toda suja de Batom” e ”Como nossos Pais”, que apesar de não estar no disco coração selvagem não podia deixar de ser tocada.

Ele já deixava o seu recado na faixa homônima do disco de 77: E não é que os teóricos/conspiradores estavam certos?

“Meu bem
O meu lugar
É onde você quer que ele seja

Não quero o que a cabeça pensa
Eu quero o que a alma deseja
Arco íris, anjo rebelde
Eu quero corpo
Tenho pressa de viver.”.

(Coração Selvagem – Belchior)