LUIZ CARLOS VINHAS – O SOM PSICODÉLICO DE LCV

LUIZ CARLOS VINHAS - O SOM PSICODÉLICO DE LCV

Conheci esse disco por acaso. Procurando coisas para conhecer de Bossa-Nova, acabei caindo nos trabalhos de Luiz Carlos Vinhas. Mais pela bossa e por seu grupo, Bossa Três. em sua discografia, vi esse disco e me interessei. Maravilha…

Nascido no Rio de Janeiro em 1940, Vinhas foi para a música ainda cedo, quando foi presenteado com um violão por seu pai. Em 1957 já estava nas composições da bossa nova carioca.

“Trabalhou como pianista no Beco das Garrafas, além de participações nos discos de Elis Regina, Quarteto em Cy, Jorge Benjor, Maria Bethania, entre outros. Formou também um dos primeiros conjuntos musicais deste período, o Bossa Três, o qual, em 1966, com Leny Andrade e Pery Ribeiro nos vocais, foi rebatizado de Gemini V .” (Wikipedia)

O primeiro disco  foi em 1962 com o Bossa Três e Lennie Dale, mas seu primeiro disco solo – assim podemos dizer – foi em 1964, denominado Novas Estruturas. Oficialmente, Vinhas tem 19 discos, sendo o último lançado em 2000 com a parceria de Bossa de Três e Wanda Sá. Vinhas morreu em agosto de 2001 devido a complicações no  coração (fumante desde sempre).

Vamos ao disco…

O disco é muito rico em elementos e experimentos, mesclando muita psicodelia e toque de música brasileira, com cantos caboclos, umbandistas e folclóricos.

Abrindo com a instrumental “Amazonas”, de Joao Donato, o disco já promete um choque nos ouvidos. Quase impossível ficar parado (neste momento, escrevendo ao menos os pés estou movendo).

 Tanganica e  Ye-Mele (um canto lindo para Iemanjá) mostram como Vinhas é experimental e conhece bem a cultura brasileira colocada em suas músicas. A segunda é uma parceria com Chico Feitosa, grande parceria em diversas faixas do disco, assim como a seguinte,  Zizê Baiô (perceba que os nomes remetem muito à cultura indígena).

Un jour Christine , de Bruno Ferreira é uma música mais melancólica. Linda melodia de voz e uma percussão bem simples ao fundo. Como eu sempre digo. Tem horas que o mais sofisticado está na maior simplicidade.

A partir da sexta faixa, Vinhas começa uma série de regravações fantásticas de músicas ao redor do mundo. São elas:

Song for my Father de Horace Silver, Chatanooga choo-choo de M. Gordon e H. Warren, Don’t be that way de Goodman,  Sampson e Parish, Tributo a Martin Luther King (Ronaldo Bôscoli e o grande Wilson Simonal, Pourquoi de Caco Velho e Jadir Teixeira de Castro,  Arrasta a sandália deOswaldo Vasques e Aurelio Gomes, Morena, Boca de Ouro de Ary Barroso, Rosa morena do mestre Dorival Caymmi, Birthday morning de Yester e Carmel fechando com Can’t take my eyes off you de B. Crewe e B. Glaudio.

Para fechar o disco, O Diálogo, de Vinhas e Chico Feitosa. Uma música dialogada muito bacana, maluca, que deixam os ouvidos meio malucos.

Para esse disco, indico a cerveja Darkness Hoffen, da cervejaria Hoffen.

Darkness

Cerveja Weizenbock de trigo escura, alta fermentação, teor alcoólico de 6,8% vol, traços de caramelo,  aroma de especiarias e lúpulos alemães. Harmoniza muito bem com  Carpaccio, Chucrute (conserva de repolho), Presunto Crú, Truta e derivados. Torradas com peixe ou camarão são uma ótima pedida para acompanhar também.

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Pedro Cindio - Jornalista narigudo, músico frustrado e apaixonado por música, tenho um toc de só escutar discos completos. Cervejetariano e feio, mas meu humor salva a aparência.

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