Festival dos Festivais – 1985
by Pedro Cindio
Este disco é peculiar. Mesmo sendo uma coletânea, vale entrar n lista dos 100 discos e cervejas que cá escrevo. Este disco merece estar presente por um simples motivo. O time que participou deste festival é inesquecível para a música brasileira.
O disco é um compilado de canções inscritas que fizeram a final do Festival. São artistas fantásticos e compositores maravilhosos. Este álbum e seu respectivo evento são ícones da cena musical dos anos 80 no Brasil. Lançou músicas inesquecíveis e alguns artistas também, caso dos ótimos Lula Barbosa, Míriam Mariàh e Tetê Espíndola. Outros, já mais consagrados participaram também como Joelho de Porco e Língua de Trapo. A Som Livre não se deu ao trabalho de relançar em CD.
O disco abre o lado A com “Mira Ira (Canção Mel)” de Lula Barbosa, Taracón e Placa Luminosa. Composição que teve destaque apenas no festival, garantindo a segunda colocação na classificação geral, com melhor arranjo .
A segunda faixa vem com “Verde”, de Eduardo Gudin e Costa Netto interpretada pela Leila Pinheiro. Conquistou o terceiro lugar do festival. Essa música foi o primeiro sucesso radiofônico de Leila, Paraense que conquistou São Paulo. Levou o prêmio de Revelação também.
A terceira faixa é da campeã do festival. “Escrito nas Estrelas”, de Arnaldo Black e Carlos Rennó, interpretada por Tetê Espindola. Acredito que tenha sido a música de maior sucesso deste festival. Tetê, com sua voz impactante, arrepiou tanto público quanto jurados. Até hoje o refrão é lembrado. Uma curiosidade, Arnaldo Black era marido de Tetê e fez a composição justamente para a voz dela, após uma noite regada de uísque em casa.
A quarta música é uma música fantástica. Já conhecidos por composições na voz de Bethânea, Jorge Portugal e Roberto Mendes chamaram o grupo Santa Cruz para a interpretação de “Caribe, Calibre: Amor”. Lembra um pouco o que já havia feito o grupo “A Cor do Som” nos anos 70.
A faixa cinco já é um tanto esquecida, “Novos Rumos”, de Rossini Ferreira e Ana Ivo, interpretada por Cida Moreira. Música realmente um tanto fraca para o festival, mas Cida tem uma voz ótima nesta música. Confira no vídeo e vai entender
Para fechar o lado A, a música mais vaiada, porém a mais engraçada, do festival. “Os Metaleiros também Amam”, do grupo humorístico Língua de Trapo. Os caras fizeram uma sátira com o Rock n Rio, festival que ocorrera no mesmo ano. Veja o vídeo e tente não rir
O Labo B
A primeira faixa é “O dono da Terra” de Renato Corrêa e Nadir Candia, interpretada pelo grupo Os Abelhudos. O grupo de temática infantil foi formado no festival e viveu até 1989. Essa música estava entre as favoritas, mas os jurados pareciam não gostar de criança artista, sendo excluída até da fase classificatória depois.
A segunda faixa é “O Condor”, de Oswaldo Montenegro. O músico foi o campeão do festival de 1980 e voltava com este trabalho que tornou-se um clássico. Até hoje ele toca essa música em seus shows. Embora seja uma das favoritas do publico, ela não se classificou em nenhum lugar e nem nos prêmios extras. Para a interpretação da canção Condor, o cantor e compositor Oswaldo Montenegro trouxe um coral negro composto de 25 vozes.
Emílio Santiago vem com a canção “Elis,Elis”, de Estevan Natolo Jr. e Marcelo Simões. É uma boa música que se tornou excelente graças à interpretação de Emílio Santiago que conquistou o prêmio de Melhor Intérprete do Festival.
Com Ubiratan de Souza (psiquiatra) veio com “Tempo Certo” para mostrar ao sudeste a representação da cultura maranhense. De arrepiar o coro e a potência da voz de Ubiratan. A música é assinada por ele e por Souza Netto.
“Vamp Neguinha” de Cid Campos, interpretado pelo grupo Zipertenção, tentou ser engraçada e dançante, mas acabou caindo no ridículo. Mas vale ouvir, porém não merece tanta atenção mesmo.
Para “fechar’ o lado B (explicarei adiante), a banda Joelho de Porco 9que já esteve nessa lista) apresentou sua homenagem ao programa de rádio que todos amam. “A Última Voz do Brasil” , de Próspero Albanese, Armando Ferrante, Tico Terpins e Zé Rodrix. A banda, conhecida por músicas irreverentes, conquistou o prêmio de Melhor Letra do festival.
Para fechar o disco, uma música que não este no festival, Fest Wave, tema do evento composta por César Camargo Mariano e Dino Vicente.
Para acompanhar esse disco, uma coletânea ótima de diversos artistas brasileiros, recomendo a cerveja Mula, da cervejaria Nacional. Seus rótulos são inspirados no folclore brasileiro e tem uma diversidade grande. IPA americana, a qual possui teor alcoólico elevado (7,5%), corpo baixo, final seco e generosas doses de lúpulos americanos que contribuem para aromas de frutas tropicais, maracujá e cítrico além do amargor bem pronunciado (60 IBUs). Uma cerveja que vai ter diversos sabores e sensações ao paladar.
Divirta-se
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