Moto Perpétuo – Moto Perétuo – 1974
by Pedro Cindio
Em música, a expressão italiana moto perpetuo – também Perpetuum mobile (em latim) ou mouvement perpétuel (em francês) – significa literalmente “movimento perpétuo”. Esse nome foi escolhido para a primeira banda de Guilherme Arantes. Um disco histórico para o rock progressivo brasileiro, que neste ano comemorou 40 anos de seu lançamento. O disco foi feito por :
Guilherme Arantes (teclados e vocal)
Egydio Conde (guitarra solo e vocais)
Diógenes Burani (percussão e vocais)
Gerson Tatini (contra-baixo e vocais)
Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocal)
Time excelente que nos brindou com um único disco, que virou cult de 2010 pra cá. Esse disco tem um jogo de palavras bem interessantes nas letras, algo que o Guilherme Arantes continuou fazendo ao longo de sua carreira. Mas vamos ao disco, pois a carreira de Guilherme Arantes já é bem conhecida por (quase) todos.
O disco abre com “Mal o sol”, uma música que vai crescendo ao longo dos seus 2:48. Mesmo curta, começa bem silenciosa e vai se completando conforma vai entrando a voz. O refrão já conta com um jogo de palavras interessante aos ouvidos, “mal o sol amarelecera no céu”. o Disco segue com “Conto Contigo”, que é mais rápida e tem uma bateria quebrada bem legal. Destaque para os vocais logo após o refrão.
A terceira faixa do LP, Verde Vertente, é a melhor do disco. Posso até exagerar mas pra mim é uma das melhores canções que o Guilherme Arantes fez. A música tem uma bateria matadora, quebrada e com umas viradas fantásticas. O coro de fundo – especialmente no final- é espetacular e como sempre, o jogo de palavras rodando em suas canções- “nada que não faço mal e mal me faça passar, qual a nova sede, que é de tanta sede que não sente não é nova, novamente”.
O disco segue com “Matinal”, com um belo refrão novamente “…tome um banho sobre o sono matinal, mate os males mas não se importe com desenganos”. Essa é uma música mais lenta, que lembra coisas mais “modernas” do Arantes, como “amanhã”. A música seguinte é a primeira que não é composição do Guilherme Arantes, “Três e Eu’, composição de Claudio Lucci.
“Não Reclamo da Chuva” tem um baixo incrível. Poucos músicos no Brasil até hoje conseguem dosar um destaque no baixo sem cobrir toda a música como foi feito nesse som. Como sempre neste disco, a letra é forte. Posso estar viajando, errado, mas achei essa letra uma forma crítica ao consumismo que vivemos hoje, mesmo sendo escrita há 40 anos. Quem disse que evoluímos tanto assim? “Nunca fui convidado até charutos e licores já nem sei o que são valores. Quando se abandona o mundo fica mais bonito, é bem melhor, uma roupa esfarrapada que o medo de sujar”
A sétima música, “Duas”, é um resgato de memória. “Velhos tempos sem dor, só trechos de imaginação, Nascente loucura mas tudo melhor, ao menos era coisa pura”. Quem nunca viveu romances puros quando mais novos, ou que achava que a vida poderia acabar ali, naquele momento que tudo ficaria bem? ela me lembrou muito uma música do próprio Guilherme Arantes, “O melhor Vai Começar”lançada em 1982.
“Sobe” é uma música que baixa um pouco o ritmo do disco, mais lenta e com destaque aos vocais e quebrada da cozinha bateria/baixo. “Cante, mas não desgraça, não se desfaça de nada
mexa-se, mais vontade sem mais razão…”. Belo final de música.
“Seguir Viagem” é mais uma composição de Lucci, com um violão dedilhado lindo, um baixo que faz a entrada do coro marcante. Essa música me lembrou a “Clube da Esquina”, lançada em 1972 por Milton Nascimento.
“Os Jardins” é um progressivo pesado, na linha de Yes, batera comandando a entrada e quebrando o tempo antes de entrar a voz. Umas paradas que fazem lembrar que música não é apenas som, mas também é silêncio. “Me respondaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa”…
“Turba” é a música mais longa do disco, com quase seis minuto. Viagem total, que me lembrou uns pianos que o Renaissance fazia. A voz entra após dois minutos e vem com bastante calma para depois se destacar.
E a cerveja?
Um disco como esse precisa de uma cerveja não só especial, mas uma cerveja de extrema qualidade e tradição, afinal Guilherme Arantes é um compositor que todo mundo no Brasil já cantou, seja em sua voz ou em voz de outro artista (como Balão Mágico, Roupa Nova).
Escolhi a Lobkowicz por ter tradição na região da Rep. Tcheca.
A primeira cerveja fabricada em Vysoky Chlumec foi em 1466. Desde 1474, a cervejaria se tornou propriedade da família Lobkowicz, família Nobre, tradicional Tcheca. Uma das mais antigas Cervejarias da República Tcheca.
O mestre cervejeiro da Lobkowicz começa com a água pura a partir de poços artesianos da cervejaria e cevada da bohemia, que é transformada em malte, em sua própria casa malte. Ele fabrica as cervejas em cubas tradicionais de cobre, a adição do lúpulo Saaz aromáticos é feita com as mãos. A Fermentação aberta aprimora o caráter único das cervejas, e o saldo final é arredondado por meses de maturação.
Respeitando a personalidade da marca, receitas tradicionais, os procedimentos e o uso de matérias-primas de qualidade superior. Por isso uma real PREMIUM LAGER Esta é a maneira genuína para produzir as melhores Cervejas cerveja.
O resultado é uma cerveja de primeira classe, excelente na sua harmonia de delicado amargor, sabor e riqueza de colarinho.
Dê o play, coloque o vinil pra rodar e deguste essa maravilha. Vai ver que a combinação é perfeita.
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