O Poeta e o Violão, De Vinicius de Moraes e Toquinho
by Pedro Cindio
Gostei de escrever sobre encontros na música. Continuo com essa safadeza já que não tenho muita criatividade na vida… Para este texto, venha com um encontro maravilhoso, talvez o melhor que a música brasileira possa ter proporcionado em um documento ao vivo.
O Poeta e o Violão, De Vinicius de Moraes e Toquinho, foi gravado ao vivo em um estúdio na Itália, em um único take. Portanto, apenas uma passagem que foi registrada para ficar pra história, afinal Vinicius neste disco canta diversas músicas que jamais gravaria ao vivo. Seus maiores sucessos. É um disco muito honesto. O violão e a poesia de dois gênios.
Vinicius de Moraes, carioca, baixinho e bebum. Um boêmio assumido, ao ponto de ser aposentado por suas condutas que não condiziam com o regime durante o AI-5. Bom, melhor pra nós que ficamos com as poesias do então diplomata. Fez diversas parcerias, dentre ela, nos anos 70, Toquinho.
Toquinho foi aluno de Paulinho Nogueira (em breve na lista) e fez diversos clássicos da nossa música (quem nunca cantarolou Aquarela, por exemplo?). Com Vinicius, as parcerias ficaram nas poesias e muitos clássicos infantis (em outubro nesta lista).
Bom, vamos as faixas? Não vou resenhar faixa a faixa este disco. Estamos falando de Vinicius de Moraes, portanto é obrigação de conhecer. E se não conhecer, melhor conhecer sem uma opinião formada, sem estar contaminadx pelas minhas opiniões.
Tristeza – (Haroldo Lobo, Niltinho), Marcha de quarta-feira de cinzas – (Carlos Lyra, Vinicius de Moraes), Morena flor – (Toquinho, Vinicius de Moraes), Chega de saudade – (Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes), Dora – (Dorival Caymmi) Canto de Ossanha – (Baden Powell, Vincius de Moraes), Rosa desfolhada – (Toquinho, Vinicius de Moraes). Esse é o lado A do disco.
Berimbau/Consolação – (Baden Powell, Vincius de Moraes) Januária – (Chico Buarque), Insensatez – (Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes) Apelo – (Baden Powell, Vincius de Moraes) Garota de Ipanema – (Antonio Carlos Jobim, Vinicius de Moraes) e Nature Boy – (Éden Ahbex) fechando o lado B e terminando o disco.
Bom, é só clássico da música brasileira, com diversas parcerias e uma interpretação fantástica. Vale demais escutar este disco tão maravilhoso e tão esquecido nas listas de discos brasileiros.
Par acompanhar este disco, claro que iria lembrar da Bohemia, cerveja adorada por Vinicius nas noites cariocas. A bohemia confraria, uma Belgian dubbel, com 6,5% de teor alcóolicoa não é a melhor cerveja que você vai tomar na vida, mas sendo de milho com algo diferente, vale a investida. Coloque o disco e deixe rolar o sabor no copo. Vai se deliciar ao beber e escutar.
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